«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
segunda-feira, março 27, 2006
Asfalto eleitoral
Na Gândara há aldeolas ermas, perdidas entre pinhais, no fim do mundo.
Continuam estas aldeolas perdidas entre pinhais a não receberem o tratamento adequado que merecem, em mínimos de qualidade e respeito.
As autarquias lá colocam, quando colocam, o asfalto eleitoral. Um pouco de pão para malucos, sem os mínimos de segurança e respeito por quem paga os impostos, e quando chove é o que se vê: é vergonhosa esta falta de respeito.
domingo, março 26, 2006
Salamandra
As salamandras apresentam um colorido surpreendente que faz qualquer um parar para apreciar. As cores mais frequentes são o amarelo, o vermelho, o azul e o preto.
No meu quintal a agricultura tem sido tradicional. As pereiras, plantadas pelo meu avô, nunca tiveram qualquer “tratamento”. Os nabos, as batatas, as cebolas, os morangos, as favas, etc., sementeiras de mãe com a sabedoria de 82 anos, têm como adubo o esterco de galinhas e aparas de relva do jardim.
Esta noite o Alex estava estranho e desconsolado. Pudera, a salamandra já lhe tinha mostrado os sinais necessários a continuar a viver em paz.
terça-feira, março 21, 2006
A vida é nossa memória
Eis o livro que Idalécio Cação acabou de reler.
Idalécio é um trabalhador braçal, prepara o terreno, baldeia-o, mistura a areia branca com a preta, para que as letras gandarezas frutifiquem nas dunas de Carlos de Oliveira. Um homem ao alto, parado no meio de uma terra.
Encontramos muitos homens e mulheres ao alto e parados, no meio das terras, as sementeiras de memórias.
domingo, março 19, 2006
O sorriso
Creio que foi o sorriso,
sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele,
tirar a roupa,
ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar,
morrer naquele sorriso.
(Eugénio de Andrade)
Falamos do que amamos
De: Octávio Sérgio [mailto:octavioazevedo@sapo.pt]
Enviada: quarta-feira, 11 de Janeiro de 2006 16:05
Para: Manuel RibeiroAssunto:
Re: Guitarra
Caríssimo.
Pedi informações a um amigo meu e deu-me esta resposta:
Pouco posso dizer.
Consultando A GUITARRA – bosquejo histórico, de Armando Simões, encontramos o seguinte, a pág. 110:
Entre os bons violeiros do Porto que fabricaram guitarras, além do referido Sevilhano (fim do Séc. XVIII), destacam-se outros pelos anos adiante, como
António Duarte, já na segunda metade do século XIX, a fábrica de Custódio Cardoso Pereira e C.ª com exportação para
Lisboa e os Cunha e Melo, abastecedores de Coimbra.
Mais adiante (pág. 118) diz o seguinte:
António Duarte foi figura venerável de longas barbas e guitarreiro de grande nomeada. Tal como Augusto Vieira, em Lisboa,
António Duarte era considerado um grande especialista no cálculo de escalas para as guitarras.
Já trabalhava em 1870 e ainda tinha oficina no começo do século XX.
Exportava para Coimbra guitarras de seu fabrico.
Possuímos uma guitarra deste autor, cuja etiqueta impressa dizia: António Duarte – construtor de guitarras e de todos os instrumentos de corda/
de 1ª qualidade/157-159, Rua Mousinho da Silveira, 161, 165/Porto.
Face ao exposto e tendo em consideração a indicação de «SUCESSOR», admito que a dita guitarra seja desse século, talvez da 2ª década.
Só mais uma achega:
Eduardo Sucena, LISBOA, O FADO E OS FADISTAS, diz que a casa «António Duarte Sucs.», Rua Mousinho da Silveira, 165-167, pertence hoje
(o livro é de 1992) a D. Rosa Cândida do Espírito Santo Botelho Duarte de Carvalho, neta do fundador, e que essa casa parece ser a única do
Porto onde se constroem guitarras e violas.
Mais não lhe sei dizer
Um abraço amigo
sábado, março 18, 2006
Comer é divinal... Confucio
Exmo. Confrade
Gândara, 18 de março de 2006
Assunto: Confraria Gastronómica da Gândara- I Capítulo
CONVITE
Caro confrade fundador:
Constituída, finalmente, a Confraria Gastronómica da Gândara “Aromas e Sabores Gandareses”, preparamo-nos para realizar o I Capítulo no próximo dia 1 de Abril (é mesmo verdade…). Será, esperamos, um dia marcante para todos nós, a cerimónia de Insigniação e Entronização, irmanados na missão de prosseguirmos os grandes objectivos da valorização e divulgação da gastronomia e cultura gândareza.
O emblema de tecido que se envia em anexo será para colocar na aba superior esquerda do Gabão junto ao Peito.
Deverá ser colocado com uma margem de 2cms do debroado e da extremidade inferior.
Quem não levantou o Gabão é favor levantar junto do Ademar Tereso na sucursal do Banco Millennium BPC na Tocha. Os emblemas de tecido só serão enviados para quem já levantou o respectivo Gabão.
O medalhão fitado será entregue no próprio dia 1 de Abril.
Programa:
10:30h - Recepção dos Convidados junto à Igreja da Tocha
11:00h - Missa na Igreja Nº Senhora d’Atocha
11:30h - Inicio do Desfile das Confrarias
12:00h - Recepção no Salão Nobre da Junta Freg. da Tocha
- Cerimónia de Entronização da Confraria
13:00h - Almoço Gândarez na Albergaria Arcada.
PS:Lembramos que os convites são extensivos à familia dos confrades, Preço por pessoa: 25 €
Confirmação até dia 27 para Ademar Tereso(968097760) ou Pedro Ferraz(967009611)
Certos da vossa presença amiga e fraterna, aceite as mais calorosas saudações gândarezas,
José Manuel Azenha Tereso
(Mordomo-Mor)
quinta-feira, março 16, 2006
Por terras do Marquês do Vale do Entulho
Concelho: Cantanhede
Empreiteiro: INOVA , Empresa Municipal de Câmara Municipal de Cantanhede
Local: Olhos da Fervença
Regulamento Municipal dos Resíduos Sólidos Urbanos
Este Regulamento tem por Lei habilitante o DL 239/97, de 9 de Setembro, a Lei 42/98, de 6 de Agosto, o DL 100/84, de 29 de Março e a Constituição da República Portuguesa.
29º (Resíduos inertes de Construção civil)
O transporte e eliminação dos resíduos inertes de construção civil só serão autorizados desde que cumpridas as seguintes condições :
a) Os detentores deste tipo de resíduos, provenientes de pequenas obras ocorridas dentro da habitação, procederão ao seu transporte e deposição nos contentores correspondentes e disponibilizados nos ecocentros.
b) No caso de obras públicas ou particulares, para a deposição destes resíduos serão obrigatoriamente utilizados contentores adequados, devidamente identificados e colocados em local que não perturbe as operações de trânsito.
c) Deverá o empreiteiro responsável indicar à Câmara Municipal, antes do início de qualquer obra de construção civil, qual o tipo de solução que irá ser utilizada para os resíduos resultantes da obra e os meios de equipamento a utilizar.
d) O transporte dos contentores contendo os referidos resíduos será efectuado de forma a não prejudicar o estado de limpeza das vias por onde são transportados.
e) É obrigatório que os empreiteiros responsáveis pelas obras informem a Câmara Municipal da localização das descargas de entulho e resíduos de obra na área do Concelho.
f) Sempre que exista disponibilidade de equipamento, poderá a Câmara Municipal, a solicitação dos interessados, disponibilizar o local de eliminação para os resíduos, referidos na alínea b) deste artigo, mediante condições a acordar.
quarta-feira, março 15, 2006
Derib
terça-feira, março 14, 2006
O barco dos loucos
Hieronymus Bosch
José Saramago disse certa vez “ pornográfico e imoral é, nos dias de hoje, admitir que alguém ainda possa morrer de fome”
Podemos dizer que não temos medo. Mas quanto mais o afirmamos, mais estamos a perder a noção da realidade e dos valores. De um lado o discurso da liberdade de expressão, da igualdade, da tolerância. Do outro lado , no quotidiano e na prática, o contrário. Temos medo!
A obesidade incomoda mais que a miséria. Isto é que é pornografia
segunda-feira, março 13, 2006
Parede de adobos
A discutível e notável Paula Rego
Depois do retrato de Pomar a Mário Soares, o formalismo como retrato de um presidente da República acabou.
Não tenho conhecimentos de pintura, nem de longe nem de perto, para elaborar uma crítica com alguma validade a esta obra da grande pintora. Mas à laia de metendo a foice em seara alheia, se a forma de abordar este retrato fosse idêntica à do grande retratista Freud, neste pastel ( penso que é um pastel), as mãos não falam, e mãos a falar valem um retrato.
Um poema de Natália Correia a João Morgado
«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto.
A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado
domingo, março 12, 2006
O Escoural tem destas coisas
Hoje estive na Praia da Tocha
Uma questão cultural com os turistas e automobilistas.
Num concelho como o nosso, o de Cantanhede, quanto pesará o turismo?
Temos o exemplo da Praia da Tocha, que de local inóspito denominado por Palheiros da Tocha, é transformada em Praia da Tocha, com o surgir do fenómeno da venda de lotes e a construção a tornar-se importante na região só suplantada pela agricultura. A sazonalidade nota-se um pouco na economia. O arrendar de casa no verão tornou-se visível e tem sido solução habitacional temporária, quer para jovens casais, quer com residência temporária.
Entretanto a região sofreu importantes obras em estradas, e o aparecimento dos automobilistas domingueiros. Serão turistas?
Com a autarquia a tentar equilibrar os orçamentos municipais com o Impostos Municipal de Imóveis, tem sido ao longos destes tempos responsável pelo mau ordenamento do território, com aberrações construídas e em construção, e continuando a esbanjar recursos em prol de um inexistente modelo de desenvolvimento, colocando em causa o futuro das próximas gerações. Se o sol, só por si, não vende, que produtos vende a Gândara? Que produtos pode oferecer além de bacalhau com batatas? É que se nada for feito para contrariar este caminho, continuaremos a alegremente a empobrecer. É que olhando um mapa fotografado a partir do céu um técnico da Câmara Municipal, só vê lotes para construção numa parcela de terreno que em tempos produziu feijões.
A razão do erro em que muitos caem ao pensarem o turismo tal qual este se apresenta actualmente, é que o turismo deve funcionar paralelamente com outras actividades, reduzindo assim a precariedade de trabalho. Apostar no turismo tal qual o temos é um logro, isto é, mais automobilistas.
É também claro que os negócios entre amigos correm o risco de serem muito gananciosos. E não se trata de uma qualquer descoberta. As coisa sucedem tal qual se esperam que aconteçam, num modelo turístico assente em empreendimentos rodeados de relva e campos de golfe. Felizmente coisas que não precisam de água.
Subscrever:
Mensagens (Atom)