O paradoxo do
trabalho (6)
Trabalho!
Vamos trabalhar!
Ninguém quer
trabalhar!
Recordo os meus
tempos de adolescente ouvir na Rádio a necessidade urgente de todos trabalharem
para vencer a “Batalha da Produção”. Era o tempo do chamado PREC, Processo
Revolucionário em Curso, ano 1975.
Hoje ouço
defensores de que é preciso mais trabalho para ajudar as pessoas que já
trabalham duro, que têm dificuldades em cumprirem com os compromissos já
assumidos. E quem não queira trabalhar duro, trabalhar mais modernamente, não
terá direito à ajuda?
Há quem afirme
que é preciso reduzir certos impostos para criar emprego, mas não diz que tipo
de emprego ou ocupação cria.
Enquanto isto vai
acontecendo, o sistema de ensino atual afirma preparar as novas gerações para o
mercado do trabalho.
Até hoje, quer
uns quer outros parecem servir o mesmo propósito de criar trabalho , como escreveu Paul Lafargue
no século XIX “numa era em que a religião do trabalho exige dos seus
fiéis crescentes sacrifícios laborais, em troca de um lugar na santa comunidade
de cidadãos honestos”, mesmo que seja trabalho inútil.
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