terça-feira, novembro 15, 2022

O paradoxo do trabalho (4)

 


O paradoxo do trabalho (4)

Eu não sei qual a equação ou equações faltaram ao sistema matricial de John Keynes para que ele tivesse concluído em 1930, que no final do século XX, início do século XXI, a semana de trabalho industrial seria de 15 horas semanais, e falhasse.

Só sei que o pensamento económico dominante que se lhe seguiu, e hoje a cavalgar a globalização, recebeu galardões prémio Nobel nas pessoas de George Stigler e Milton Friedman, onde o Keynesianismo foi rejeitado em favor do monetarismo.

Agora o Sistema compra boato e vende fato. Isto tudo sempre na mira do crescimento pelo crescimento, numa doutrinação constante, onde qualquer político seja da esquerda, direita ou centro, e agora com os comentadores chamados também de “opinion makers” e “opinion leaders”, debitam essa palavra a torto e a direito nas suas verborreias discursivas.

Ciclicamente a maré baixa e os que nadam nus ficam expostos, nas suas vergonhas, nas areias do mar da engenharia financeira.

É assim que o famoso e poderoso Mercado cria cada vez mais ocupações inúteis, e paga bem a esses trabalhadores, como forma de garantir que as atividades mais necessárias continuem mal remuneradas.


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