segunda-feira, novembro 14, 2022

O paradoxo do trabalho (3)

 



O paradoxo do trabalho (3)

Do dicionário etimológico, a palavra trabalho vem do latim tripalium, nome de um instrumento de tortura constituído por três estacas de madeira.

Assim sendo trabalhar significava ser torturado, e quem trabalhava eram as pessoas sem posses ou meios de subsistência.

Um exemplo do castigo, tortura, pelo trabalho com extensão, às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral, nomeadamente camponeses, encontramo-lo em Génesis 3:19. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.   

Já do francês travailler, que significa “sentir dor” ou “sofrer”, e com o passar do tempo, o sentido da palavra passou a significar “fazer uma atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade difícil, dura”. Mas do latim labor, os intelectuais não se referiam à sua atividade como um trabalho e sim como um lavor do espírito.

Hoje em dia o trabalho, tal como o conhecemos, ainda tem muito do significado próximo do castigo bíblico do versículo escrito pelos sacerdotes judaísta do templo de Jerusalém de Ciro II, o messias persa, como forma de dominar os povos agricultores judeus ao monoteísmo.

No entanto hoje em dia há uma ideologia partilhada por corrente politico-ideológicas aparentemente opostas: o trabalho, seja ele qual for, é todo bom.

Os opostos estão de acordo neste ponto.


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