quinta-feira, junho 30, 2011

BALADA DOS AFLITOS

BALADA DOS AFLITOS
Irmãos humanos tão desamparados a luz que nos guiava já não guia somos pessoas - dizeis - e não mercados este por certo não é tempo de poesia gostaria de vos dar outros recados com pão e vinho e menos mais valia.
Irmãos meus que passais um mau bocado e não tendes sequer a fantasia de sonhar outro tempo e outro lado lcomo António digo adeus a Alexandria desconcerto do mundo tão mudado tão diferente daquilo que se queria.
Talvez Deus esteja a ser crucificado neste reino onde tudo se avalia irmãos meus sem valor acrescentado rogai por nós Senhora da Agonia irmãos meus a quem tudo é recusado talvez o poema traga um novo dia.
Rogai por nós Senhora dos Aflitos em cada dia em terra naufragados mão invisível nos tem aqui proscritos em nós mesmos perdidos e cercados venham por nós os versos nunca escritos irmãos humanos que não sois mercados.
(Manuel Alegre)

segunda-feira, junho 27, 2011

segunda-feira, junho 20, 2011

Agora é que vai!

Já temos, finalmente, governo. Este, foi desenhado a 10.000 metros de altitude por artista conhecido, mas não identificado. As praias ficarão cheias como dantes.

Frankfurt (graffiti)

quinta-feira, junho 16, 2011

Gândara (Tocha)

Casa Lusitana
Tocha, 15-06-2011.

Figuras e figurões

As nossas chamadas elites políticas e económicas apreciam muito crises económicas e crises políticas, e se as duas surgirem cumulativamente ainda melhor. As nossas elites económicas não prescindem de viver à custa do Estado, e quando protestam contra o Estado não é a ineficácia deste que as incomoda, isso é coisa que se resolve facilmente com um qualquer saquito ou mesmo com um simples envelope. Incomoda-as outras coisas, nomeadamente o dinheiro que corre nos serviços do Estado, pois na realidade querem e desejam esse bolo, ali disponível à mão de semear. Claro que para essas elites tudo funcionará melhor e com perfeição se ainda pudessem gerar lucros, privatizando os serviços públicos rentáveis, claro. Com as crises económica e política, torna-se mais fácil a compra de políticos, pois as elites políticas deixam de ter visibilidade. Muitos políticos são obrigados a mudar de ramo, baixando a qualidade dos que ficam no mercado, e o seu preço para as ditas elites económicas baixa. Qualquer bem falante e bem apessoado serve. Daí estarmos cada vez mais mal servidos de eleites económicas e políticas. Vai-te mundo cada vez para pior!

terça-feira, junho 14, 2011

quinta-feira, junho 09, 2011

Talhar o braço da guitarra

Partindo de uma peça única, aqui podem observar como talho o braço de uma guitarra portuguesa. Aos meus amigos que pretendam começar a construir guitarras, só peço que guardem este segredo bem guardado.

segunda-feira, junho 06, 2011

A inauguração do túnel da Linha do Sol

Foi inaugurado, oficialmente, o túnel da Linha do Sol. Consta que a fita foi cortada com um foicinho. Clique aqui para ver a reportagem fotográfica.
Anexos:
http://blog-do-manel.blogspot.com/2009/01/animais-escrevem-ao-presidente-da-cmara.html

quinta-feira, junho 02, 2011

Tenham medo, muito medo

Tenham medo, muito medo! O mundo vive em estado de terror, e o terror disfarça-se: foi um tal Saddam Hussein, ou um tal já eliminado Osama bin Laden. Agora temos o pepino, assustador profissional.• Mas o verdadeiro autor do pânico planetário chama-se Mercado. Este senhor não tem nada a ver com o afável lugar do bairro aonde se vai buscar fruta e verduras. É um terrorista todo-poderoso sem rosto, que está em toda a parte, como Deus, e julga ser, como Deus, eterno. Os seus numerosos intérpretes anunciam: "O Mercado está nervoso", e advertem: "Não se deve irritar o Mercado".• A sua exuberante ficha criminal torna-o temível. Tem passado a vida a roubar comida, a assassinar empregos, a sequestrar países e a fabricar guerras.• Para vender as suas guerras, o Mercado semeia o medo. E o medo cria clima. A televisão ocupa-se de fazer que as torres de Nova Iorque voltem a desmoronar-se todos os dias. Lembram-se do antrax? Não! Já não dá medo. Agora para este país do sol é a troika, o BCE, a dívida, e assim por aí adiante. Tenham medo. Se por acaso o medo vier a faltar a televisão do tio Balsemão de encarregará de o criar, para depois vender obesos aos pinotes, para que a maioria dos telespectadores se sintam elegantes. Tenham medo, muito medo.