segunda-feira, agosto 27, 2007

Um espectáculo de férias

As férias, tais como as conhecemos, são um fenómeno que podemos considerar de certo modo recente. Tudo começou com as primeiras semanas pagas na França dos anos 30 do século passado, quando a Frente Popular francesa governava. De seguida tivemos as versões nacional-socialistas da Alemanha hitleriana, ou a alegria no trabalho de raiz fascista, que Portugal teve como símbolo a F.N.A.T., qualquer coisa como Federação Nacional para a Alegria no Trabalho. No nosso país, só após Abril de 1974, as férias se tornaram um direito adquirido. Direito mais para uns do que para todos, estando actualmente o calendário moldado às férias. Até parece que tudo fecha, tudo encerra para férias naquele tempo de Agosto. Nada acontece, exceptuando os noticiários não-notícia e as obrigatórias festas Agosto de terra em terra. Nada acontece em política mesmo que coloquem os gatos dentro do mesmo saco. Até a violência familiar aumenta. Ultimamente, já alguém foi salvo dessa violência graças ao início mais cedo do futebol. É que apesar dos seus defeitos, o futebol contribui bastante para a paz. Com a irracionalidade do chamado modelo social e a sua clara crise e decadência, temos férias cada vez mais cansativas e pesadas. Acaba-se um Verão-Agosto muito pouco estival, e entra-se imediatamente para um Outono deprimido, zangado, sem esperança de escapar aos horários, do trânsito, a pagar a dívida do empréstimo feliz das frustrantes férias já idas, um dia atrás do outro... Uma vida de meses que não passa de um só dia. Amanhã, bem de manhã, será Natal.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tudo encerra?
Eu não vejo nada encerrado, fora algumas administrações (tribunais).
E o verão foi muito bom. Alguns momentos de calor. Agua do atlântico rondando uns excelentes 16° 17°. E algum tempo fresco para um salutar repouso.
Agora, retomando o dia-a-dia, sinto-o um pouco deprimido, Manel, mas daqui a uns dias terá retomado o ritmo habitual.
Saudações