terça-feira, maio 22, 2007

Modernices e modernidade

Observo aqui na Aldeia uma vivência dita religiosa católica que não é baseada na religião, mas sim na superstição pura e simples, associada à adoração de senhoras, santos e santinhos, figuras e figurinhas mais ou menos divinizadas. Um autêntico politeísmo, um rol de divindades num altar quase hindu. Nesta sopa flutua o respeito pela tradição, pela ordem estabelecida, onde a dita fé religiosa aparece como uma atitude social e política públicas em nada ligada ao sagrado. “As coisas sempre foram assim, as coisas serão sempre assim, e portanto é de defender as coisas assim como estão”. Às vezes, esses navegadores do caldo aparecem como auto intitulados de modernos, e com umas modernices penteiam e pintam a fachada do existente, mostrando a mesma coisa. Fazem lembrar a anedota em que o marido diz para a esposa, “com essas modernices todas só te falta passar a fumar”. Como dizia a cantiga: “tudo está no seu lugar, graças a Deus”.

8 comentários:

Anónimo disse...

Vivência não só religiosa católica, mesmo se é a mais prosélita aos domingos. Crenças vindas do fundo da história humana, surgidas de receios e medos pelo desconhecido. Ópio do povo como disse Karl Marx, ajuda a atravessar o momento da vida.
Mas são poucos ainda os que contestam as tradições, porque não conhecem mais nada.
Mais grave é a subida de seitas, crenças e lendas, nestes séculos XX e XXI, séculos do conhecimento?.
E seremos cada vez mais governados por esses políticos que manipulam a crente multidão. Com a circulação da informação, só o nível de sarjeta(tabloid), é que realmente impera para embrutecer a multidão.
E Pierre Gilles de Gennes faleceu.

Manel disse...

caro anónimo,
As seitas apresentam um marketing mais agressivo, com soluções divinas para tudo e sem culpas para os aderentes.
Estão bem ao nível da sarjeta, como muitos políticos.

Tiago Cação disse...

Ainda bem que a minha religião sou eu... asim posso fumar à vontade..

Manel disse...

Caro Tiago,
Fuma à vontade e deixa-te de modernices.

Anónimo disse...

"Pierre-Gilles de Gennes (24 de Outubro de 1932, Paris - 18 de Maio de 2007, Orsay, Essonne) foi um físico francês.

Pierre-Gilles de Gennes recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1991 pela descoberta que os métodos desenvolvidos para estudar os fenômenos de ordem em sistemas simples podem ser generalizados a formas mais complexas da matéria, em particular aos cristais líquidos e ao polímeros líquidos. Seus trabalhos incentivaram diversos estudos relacionados tanto com a Física e a Físico-Química fundamental como com as ciências aplicadas.


A 22 de Maio de 2007 a família do físico francês anunciou a sua morte na sexta-feira anterior, dia 18 de Maio de 2007 com 74 anos."

Manel disse...

Devemos estar agradecidos a Pierre-Gilles de Gennes .

Anónimo disse...

Ai, Manel, ai amigos: tenho de amiudar mais as visitas a este blogue!
Por isso, já tarde, não posso deixar agora de recomendar um antídoto para as crendices em expansão: a leitura do livro «O Fim da Religião», de Sam Harris, edição muito recente da Tinta da China. O autor é pró Bush, pró Israel, contra islamitas e etc., mas vale a pena lê-lo (na minha opinião, claro). Considera a religião cristã, judaica, islamita, um enorme perigo para o mundo de hoje.
E fica um abraço apertado, ó amigo Manel!

Manel disse...

Um abraço amigo Arsénio.
É visitar sempre e a qualquer momento.
Relativamente ao livro do Sam Harris este já faz parte da minha biblioteca.