terça-feira, fevereiro 06, 2007

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Um poema de Natália Correia a João Morgado
«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto.A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! - uma vez.
E se a função faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado
posted by Manel at 13.3.06 (clicar)

7 comentários:

Anónimo disse...

A interrupção voluntaria de gravidez (IVG) foi legalizada em França por Simone Weil, ministra da saúde do então primeiro-ministro Jacques Chirac em 1975.
Proposta e promulgada pela direita, esta lei de saúde pública, recebeu também o apoio da esquerda parlamentar.
Hoje, no final da presidência de Jacques Chirac, a França é o país europeu com a maior natalidade, a seguir à Irlanda.
Sem comentários.

Manel disse...

Caro anonymous,
Essa é a principal razão, e não outra, deste referendo.
Natália Correia, se fosse viva, deveria cascar em alto estilo no sr. Mendes que é líder do partido a que ela pertenceu.
A hipocrisia vende!

Toni disse...

Com a devida vénia, postei isto lá no meu, o poema é maravilhoso. Se sentido de humor e de oportunidade existem, este poema da forma e timing em que foi dito é o corolário disso mesmo.

Abraço

Manel disse...

caro amigo Toni,
Esta minha tasca está de portas abertas a todos, e todos se podem sentar à mesa a tomar os copos que bem entendam.
Estamos sempre abertos e sem consumo obrigatório.

Anónimo disse...

É muito difícil encontrar mulheres que se arrependem de ser mães...pelo contrário, arrependidas de terem feito um aborto, existem muitas...meditem...

Manel disse...

Cara Catarina,
Como mulher que és, penso eu, este é um assunto que te diz respeito, pois o que está em causa não é o aborto, argumento hipocritamente usado pelos que querem penalizar e publicamente humilhar, a ti e a outras Catarinas, que por qualquer razão abortem.
A vida é algo tão belo, que não começa nem acaba no acto da fecundação. A vida transmite-se.
Assim, como não quero e não desejo de forma alguma, que te condenem, pois já basta o que tu sofres contigo mesma, e para que tenhas uma outra oportunidade de gerar, se assim o aceitares, te não condeno pelo possível aborto que efectuaste, ou venhas a efectuar. Olha que a vida é madrasta.
Só por esta razão de te não condenar, e só por isso, irei votar sim, e estarei na mesa de voto das Cochadas, freguesia da Tocha, como vice-presidente em teu respeito, e só por isso.
Votarei SIM á despenalização da Mulher que efectue aborto, por questões de saúde pública, questões Morais e Éticas práticas.

Anónimo disse...

O Sr Marques Mendes vai votar não porque lhe garantiram que o artigo trigésimo quinto do projecto de lei afirma que esta tem efeitos retroactivos para todos os abortos nascidos depois de 1910.
Um abraço,