







«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
Houve tempos em que eu, todos os Sábados comprava o semanário Expresso, ou melhor, tinha-o reservado na papelaria da D. Dulcínia, na Tocha. Eram uns tempos de bons e fiáveis conteúdos jornalísticos que serviam de alimento ás conversas. Era o tempo da urbanidade a sobrepor-se à ruralidade. Acontece que a coisa se desvaneceu com as excessivas campanhas de marketing, o excesso de cadernos e mais cadernos, passando o Expresso a Espesso, acabando eu com a reserva do semanário. Hoje é o que se vê: a programação informativa piorou, em especial nos canais televisivos, e pior, ainda piorou a fiabilidade da informação. O que interessa é dar a notícia rápido, pois o que conta é a velocidade sem olhar á fiabilidade. E depois são os DVDs, os livros para colecção, a menina bonita no suplemento, …., aquela treta toda que se leva para casa por mais uns euros. O jornalismo de suporte papel, semanários e diários nacionais e generalistas, os ditos desportivos (tantas notícias sobre não futebol), andam numa fase de não fiabilidade e então, os jornais locais e regionais andam pelas ruas da amargura em termos de credibilidade, em que não há praticamente nenhuma notícia que seja minimamente correcta, e sem de deixar de servir a quem paga por elas, dadas as suas dependências de poderes vários e obscuros. O que eu quero de um jornal escrito, e eu posso estar enganado, é uma informação mais especializada, fidedigna sobre um determinado assunto do meu interesse. É claro que a Liberdade anda por aí, algures, num espaço libertário global, e dado que a tinta do papel de jornal não é aconselhável em termos higiénicos e sanitários, aconselho que o enviem, sempre, para reciclagem.