sábado, março 12, 2016

O grande Brasil




 A bandeira do Brasil está ligada com a astronomia.

A bandeira nacional do Brasil como conhecemos hoje foi apresentada ao povo brasileiro em 19 de Novembro de 1889, quatro dias depois da Proclamação da República, justamente para marcar uma nova fase para o país.
O modelo foi desenvolvido pelo grupo formado por Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Lemos e por Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. 
O desenho do disco azul foi executado pelo pintor Décio Vilares, por indicação de Benjamin Constant. Teixeira Mendes elaborou um desenho contrariando alguns aspectos da astronomia, priorizando a disposição estética das estrelas, e não a perfeição sideral.
O protótipo da Bandeira Nacional foi pintado por Décio Villares. 
A obra, que serviu de molde para a confecção das primeiras bandeiras do Brasil e foi roubada em 2010 da Igreja Positivista do Brasil, no Rio de Janeiro, e até hoje não foi recuperada. 
A primeira bandeira da República foi bordada por Flora Simas de Carvalho, apelidada de dona Iaiá, ela seria retratada no lindo quadro A Pátria, de 1919, de autoria do pintor Pedro Bruno, que hoje se encontra em exposição no Museu da República, no Rio de Janeiro. 
A primeira bandeira republicana subiu ao mastro pela primeira vez no dia 19 de Novembro de 1889, em frente ao antigo prédio do ministério da Guerra, onde actualmente se localiza o Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Esta bandeira está preservada no acervo do Museu Imperial, de Petrópolis.
Os rascunhos que deram origem à bandeira do Brasil foram riscados pelo engenheiro Raimundo Teixeira Mendes, estes papéis históricos foram esquecidos dentro de uma caixa e somente foram descobertos por acaso, em 2014, quando se limpavam os armários de uma igreja.
O material estava na igreja porque o positivismo exercia forte influência sobre os intelectuais brasileiros do final do século 19. Foi o positivista Benjamin Constant, ministro da Guerra do novo regime, que aprovou o desenho de Teixeira Mendes, também positivista. Amor, Ordem e Progresso formavam o tripé da religião.
O modelo actual é, na realidade, uma adaptação da bandeira do Império, que havia sido desenhada por Dom Pedro I em 1822. Na Bandeira Imperial, adoptada com a nossa independência, repousava o brasão da monarquia com as estrelas das 19 províncias em um círculo azul.
O verde e o amarelo não foi uma escolha aleatória e nem tinham o ingénuo objectivo de representar as matas e o ouro, como muitos aprenderam errado na escola!
O verde da bandeira remete ao próprio Dom Pedro I, pois é a cor da família Bragança, que reinava em Portugal. O amarelo, à sua primeira mulher, a austríaca Leopoldina. O amarelo é a cor da dinastia Habsburgo, que governava a Áustria. O losango, além disso, é a figura geométrica tradicionalmente feminina.
Ao contrário do que chegamos a aprender na escola, a faixa branca não representa a paz e nem mesmo o Equador celeste como em algumas interpretações. O círculo central em azul, citado no decreto de Deodoro da Fonseca é simplesmente definido como esfera, é um antigo emblema usado pelos romanos que simbolizava a soberania, e que também estava na bandeira do Principado do Brasil, instituído em 1645 pelo Rei de Portugal, D. João IV, fundador da dinastia de Bragança que governou de 1640 a 1656, e onde já constava, inclusive, a faixa branca no sentido descendente.
A actual versão da bandeira nacional possui suas cores e dimensões estabelecidas pelo decreto-lei número 4 de 19 de Novembro de 1889 (data em que foi adoptada) e sofreu poucas alterações desde então. 
A bandeira do Brasil tem por base um rectângulo verde com proporções de 7 por 10, sobrepondo-se um losango amarelo e um círculo azul, no meio do qual está atravessada uma faixa branca com o lema nacional, ORDEM E PROGRESSO, em letras maiúsculas verdes, além das atuais vinte e sete estrelas brancas, cada uma representando as atuais 27 unidades federativas, sendo 26 estados do Brasil e 1 Distrito Federal. 
As estrelas estão representadas por cinco padrões de grandeza, representada em nove constelações.
Várias estrelas da bandeira do Brasil são nomeadas com nomes.
Um exemplo é a constelação do Cruzeiro do Sul, as principais estrelas do Cruzeiro do Sul são nomeadas. No Cruzeiro do Sul estão representados os estados da região sudeste e o estado da Bahia. O estado de São Paulo é representado pela estrela base do Cruzeiro, a estrela Acrux ou Estrela de Magalhães (Alpha Crucis) e o estado da Bahia é representado pela ponta do Cruzeiro do Sul na estrela Gacrux ou Rubídea (Gamma Crucis). A estrela Gacrux é a estrela gigante vermelha mais próxima da Terra, a 88 anos-luz.
A estrela acima da inscrição ORDEM E PROGRESSO é a estrela Spica (Alpha Virginis) na constelação de Virgem e representa o estado do Pará.
Somente uma estrela do Triângulo Austral é nomeada, a estrela Atria (Alpha Triangulum Australe) e representa o estado do Rio Grande do Sul. O Triângulo Austral representa os 3 estados da região sul.
A Bandeira do Brasil é considerada uma das mais belas e sugestivas do mundo, é também a única a possuir uma esfera celeste.
As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu, na latitude da cidade do Rio de Janeiro, no dia e hora da Proclamação da República, às 8 horas e 30 minutos do dia 15 de Novembro de 1889 (doze horas siderais) e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste, como se um astronauta estive em uma nave, vendo o Brasil do espaço.
Cada vez que um estado é extinto se retira a sua estrela representada. Quando ocorre uma fusão, apenas uma permanece para representar o novo Estado da Federação. 
Novas estrelas podem ser acrescentadas, na medida da criação de novos estados, sempre obedecendo a configuração original. 
Em 1960, com a mudança da capital para Brasília e com a criação do Estado da Guanabara, foram acrescentadas duas novas estrelas na Bandeira Nacional. 
Em 1962, com a criação do Estado do Acre, foi acrescentada mais uma estrela e, em 1975, com a extinção do Estado da Guanabara e a criação de Mato Grosso do Sul, a estrela Alphard (Alpha Hydrae) passou a representar o novo estado, esta estrela está à esquerda do Cruzeiro do Sul e abaixo da letra D de ORDEM.
A última modificação da bandeira nacional ocorreu em 1992, com a criação dos estados do Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins, quando foram acrescentadas quatro novas estrelas na nossa bandeira.
A única estrela que fica na parte superior da Inscrição ORDEM E PROGRESSO representa o estado do Pará e é representada pela estrela Spica (Alpha Virginis). Muitas pessoas pensam erroneamente que é a estrela de Brasília.
Nenhuma cidade é representada na Bandeira do Brasil, somente os estados e o Distrito Federal.
O Distrito Federal é representado pela estrela Sigma Octantis ou estrela polar do Sul, menor estrela da bandeira do Brasil, localizada abaixo da constelação do Cruzeiro do Sul.
Está simbolizada da mesma forma que todas as estrelas do hemisfério celeste sul giram em torno do eixo próximo a Sigma Octantis, isto simboliza que os estados do Brasil giram em volta do Distrito Federal, como no movimento da esfera celeste.
No dia 19 de Novembro (Dia da Bandeira) é o único dia em que o pavilhão nacional é hasteado às 12 horas, e não no horário habitual, às 8 h da manhã.
A Bandeira Nacional estará permanentemente hasteada no topo de um mastro especial com 110 metros de altura na Praça dos Três Poderes de Brasília, como símbolo perene da Pátria e sob a guarda do povo brasileiro.
Todo primeiro domingo do mês às 10h ocorre solenidade da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília, as Forças Armadas realizam um rodízio para a troca. A bandeira tem massa de 52 Kg, possui dimensão de 14x20 metros (280 m²) e consta no Guiness Book como a maior bandeira hasteada do mundo.
O mastro, inaugurado em 1972, é formado por 24 hastes de aço, representando as unidades da federação à época (hoje são 26 estados e o Distrito Federal) e nunca este mastro poderá ficar sem a bandeira no topo, somente depois que a nova bandeira foi hasteada, a antiga é arriada.
Grande parte das bandeiras do mundo tem as cores preto e vermelho, que indicam que o país enfrentou guerra. A bandeira nacional do Brasil, não! 
O verde e o amarelo formam uma combinação singular, o azul celeste com as estrelas brancas de diferentes tamanhos e a inscrição positivista escrita na cor verde em letras maiúsculas ORDEM E PROGRESSO tornam a nossa bandeira bela, emocionante e inconfundível.

Para saber mais:
http://www.ufrgs.br/…/bandeirabrasilconstelaçõesestados.html



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