quinta-feira, março 01, 2007

Quando a solução é o problema

A Escola não tem nada que aturar os adolescentes cujos pais e mães a não respeitam Não cabe à Escola servir como depósitos de adolescentes até uma determinada idade.
Que se dê à Escola a dignidade que ela merece, com o arrepiar nos caminhos que esta tem vindo a trilhar desde há 25 – 30 anos, e que se enterrem os muitos pruridos de ordem pedagógica e de outro tipo que por aí ainda são campeões, senão continuaremos a ler e a ouvir (jn/norte/estudante_agrediu_professora) notícias de professores agredidos por alunos ou pelos progenitores desses alunos. São esses alunos as batatas podres que contaminam todo o stock, cujos primeiros responsáveis são os progenitores ao se despirem da responsabilidade de educadores.

5 comentários:

Anónimo disse...

Porque será que este post está aqui há sete dias e ninguém quer dizer nada sobre ele? Não há na educação, bem como no futebol, muito treinador de bancada?
Infelizmente, a escola já não é o que era no tempo em que eu lá andava como aluna. Ainda me lembro do dia em que um colega foi chamado ao executivo e foi um escândalo. E ele lá foi, cheio de medo, falar com a presidente. No meio disto tudo, o mais engraçado hoje é a gente lembrar-se que a presidente tinha metro e meio e ele era um matulão. Mas a autoridade era inquestionável.Um abraço à I, minha colega de luta. Fatiminha

Manel disse...

São as vidas das storas Lilis que por aí lutam, sujeitas a levar com a estupidez de alguns progenitores.
"Filho de burro não é cavalo", dizem!

Anónimo disse...

A criancinha quer Playstation. A gente dá. A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa. A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate. A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha. A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente. A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando. A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua. Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta. É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada. A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira. A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca». Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu». A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias». Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Anónimo disse...

Ai, é, é. Mas não só. Se fosse só o retrato da realidade dos bairros sociais e das escolas em zonas problemáticas, estavam as outras escolas todas do país descansadas. A experiência di-lo: para resolver o problema dos alunos problemáticos na escola, devia primeiro resolver-se o problema dos pais problemáticos dos alunos problemáticos na escola.
Fatiminha

Manel disse...

Apetece-me alterar o texto do post para "... esses pais de alunos são as primeiras batatas bichadas contaminam todo o stock, os primeiros responsáveis aos se despirem da responsabilidade de educadores. "

Errei por muito?