Cada época com
seu ópio.
Em meados do
século XIX, os operários ingleses, dadas as condições de trabalho e nem só,
eram na sua maioria viciados em ópio, que era de fácil acesso à época.
Em Portugal era o
vinho no seguimento da propaganda estatal de 1939, “Beber vinho é dar pão a um milhão de portugueses”, e nem só essa,
para reparar as energias depois de uma jorna laboral, tal qual o ópio na velha
Albião do século XIX.
Com as guerras do
ópio, guerras do império, 1839-42 e 1856-60, o ópio deixou de ser usado pelas
pessoas mais pobres. Foi então que o álcool e a religião, dado o aumento do
operariado, passaram a ter um novo campo de atuação e de uso.
A célebre frase
de Karl Marx, “A religião é o ópio do povo”, foi escrita neste contexto. Marx
vivia em Londres.
“A angústia
religiosa é ao mesmo tempo a expressão da verdadeira angústia e o protesto
contra essa angústia verdadeira. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o
coração de um mundo sem coração, assim como ela é o espírito de uma situação
sem espiritualidade. Ela é o ópio do povo.
A frase, no
contexto em que foi produzida, tem pouco de marxismo.
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