Ainda agora me “abuseirei” e já me estão a
chamar, diz o Marquês de Marialva assim que ouviu gritos.
Tubarão-azul morde Marcelo, lê-se ca capa da
Boa-nova. O acidente aconteceu enquanto o Presidente andava à Catraia na Praia
da Tocha. Distraído com um poema de Carlos Oliveira, Marcelo deixou-se entrar
no mar até perder o pé. Nem os mil livros que lera no último fim de semana o
ajudaram, nem tão pouco os rapoleiros contratados pelo Marquês conseguiram puxar
o Marcelo, sem que ele tirasse uma selfie com o tubarão. Deu-lhe um beijinho e
disse-lhe que continuasse a aparecer. Afinal era um beijinho, mas Marcelo tinha
pele atópica. Entretanto, o Marquês despiu a sua capa, desceu do cavalo e
lançou-se em pelota ao mar bravo.
Entre o estorno das dunas, de vestes negras,
Sheila gandaresa fita os Olhos da Fervença. Linguados salgados são
interrompidos à beira-mar. Os pescadores tinham ido ao mar. Soou o búzio e os
homens puxaram a rede que teimava em enterrar-se nas areias soltas. Ai, ai,
clamam as mulheres sentadas na borda. É o Marcelo no meio dos linguados.
Que fogoso, este Marquês!
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