quinta-feira, maio 07, 2020

A normalidade que aqui nos trouxe.

A normalidade que aqui nos trouxe.
FRANÇA
Covid-19: Artistas e cientistas lançam apelo
O apelo, publicado no jornal francês Le Monde, foi iniciado pela actriz Juliette Binoche e pelo físico e filósofo francês Aurélien Barrau e seguido por várias outras personalidades do mundo artístico e científico, como a actriz Cate Blanchett, o antropólogo Philippe Descola e o físico Albert Fert.
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“Não a um regresso à normalidade” apela à introdução de mudanças profundas nos estilos de vida, consumo e economias, aprendendo com as consequências da pandemia causada pelo novo coronavírus.
“A pandemia de Covid-19 é uma tragédia. Mas esta crise tem a virtude de nos convidar a enfrentar as questões essenciais. O balanço é simples: os “ajustamentos” já não são suficientes, o problema é sistémico”, afirmam os signatários, entre os quais se encontram outros nomes conhecidos como o cantor Benjamin Biolay, o realizador Pedro Almodóvar, e os actores Isabelle Adjani, Javier Bardem, Emmanuelle Béart e Monica Bellucci.
Na carta, os subscritores defendem que a actual “catástrofe ecológica” é uma “meta-crise”, porque “a extinção em massa da vida na Terra já não está em dúvida e todos os indicadores apontam para uma ameaça existencial directa”.
“Ao contrário de uma pandemia, por muito grave que seja, trata-se de um colapso global cujas consequências serão incomportáveis”, alertam, apelando a líderes e cidadãos para que “se libertem da lógica insustentável que ainda prevalece, para que finalmente trabalhem no sentido de repensar profundamente os objectivos, os valores e as economias”.
Neste manifesto, artistas e também muitos cientistas das várias áreas de conhecimento, entre os quais alguns prémios Nobel, chamam a atenção para o “ponto de ruptura” que o mundo está a atingir, fruto da poluição, do aquecimento global, da destruição dos espaços naturais e de um consumismo que levou a humanidade a “negar a própria vida: a das plantas, dos animais e de um grande número de seres humanos”.
“Por estas razões, combinadas com desigualdades sociais cada vez maiores, parece impensável “voltar ao normal"”, defendem, reconhecendo que a “transformação radical exigida a todos os níveis exige ousadia e coragem” e que não se realizará “sem um compromisso maciço e determinado”.

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