segunda-feira, julho 24, 2017

Já não há músicos como os de antigamente


Sentado no cimo do pequeno tripé, o Sarradão lá vai debitando o seu vasto e único repertório que para os ouvintes e usufruidores dos sons das palhetas não importava o nome. A música que parece sempre a mesma  sanfona, canta para dentro “ferrom” e para fora “fom”, com a marcação teimosa do bater do seu enorme pé agora amortecido pela manta de trapos, no chiar interior da geringonça a fazer música, os sons do ar a sair por entre as pregas do fole que mais parecem bufas em contrário dos baixos que saem do lado esquerdo que não conseguem abafar uns peidos cagados por ele que, como é seu hábito, nega ser mãe de tais criaturas gasosas, mas os catraios sempre atentos para a malandrice, saem a rir e a anunciar aos quatro ventos a paternidade dos traques.

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