Estou a ficar farto das lamúrias de luxo.
Há gente que nem sequer consegue ser solidário e que se alheia do futuro.
Do futuro de mais de 2 milhões de pobres, só em Portugal. Pessoas que por motivos vários não atinge mínimos de subsistência, pois na sua maioria não têm qualquer preparação e instrução efectiva e utilitária para eles próprios, apesar dos certificados que possam apresentar e exibir.
Sei da grandes dificuldades dos que têm iniciativa, e sei das ainda mais e maiores daqueles que nem iniciativas têm.
Sei do que falo quer pela experiência pessoal (sei o que é estar desempregado), quer pela experiência familiar. A luta sempre me esperou sentada, pois vou ter com ela.
Quem não tem a capacidade de ir á luta, de não meter as mãos na trampa do trabalho, de não entrar na dor de produzir riqueza, não merece os postos de trabalho de topo que reclamam baseados num canudo da escola, habilitações e não qualificações, o que é diferente, escola essa que a minha geração e a anterior, bem ou mal, construimos. Esses têm agora ferramentas que eu e outros nunca poderíamos ter, pois não existiam à época. E a experiência de vida não qualifica quem a teve, praticou e pratica?
Na verdade pecamos pela falta de renovação, em especial nas escolas e universidades, além dos serviços públicos vários que estão entulhados com instalados.
Mas os novos, equipados que estão com novas e úteis ferramentas, que tenham a capacidade de saltar o redil, de serem solidários, de mudar, praticar a mudança e não de auto lamúrias do tipo que parva que eu sou.
Que façam parte da solução e não do problema.
7 comentários:
Apoiado, amigo Manel! Isso é pensar e falar claro, coisa esta cada vez mais rara. Tal como a coragem...
Abraço.
Caro Manel
Permita-me dizer que em relação ao que via, ouvia e lia antes de 74 e hoje, digo que antes havia muita teoria e pouca prática (estavam num beco sem saída), hoje pelo contrário há muita prática e pouca teoria. Mas uma sem a outra não é nada.
Cumprimentos.
Jorge Guerra
http://batemtodos.blogspot.com/2011/02/rua-do-panilas.html
Ir à luta, só não vences porque não queres, blá blá blá...
Esse história pode funcionar, mas não é na sociedade tuga degenerada, assimétrica, caciquista, feudal e irracional!
Fazendo uma analogia com o boxe, imagine que o Manel ia combater um combate de boxe com um campeão peso-pesado e o árbitro obrigava-o a combater com as mãos atadas atrás das costas e as pernas acorrentadas! Resultado, o Manel perdia o combate e levava uma valente sova!
Ia ao 2º combate, regras iguais, sova igual e desfecho igual! 3º, 4º, 5º e 6º combate, tudo na mesma!
Iria o Manel arriscar um 7º combate?
A única solução possível seria o boxeur dar uns socos e por K.O. o "árbitro" gatuno, corrupto e canalha; mas assim o boxeur arriscava-se a perder uma das poucas coisas que ainda tinha, que é a liberdade fora da cadeia...
Ora com "árbitros" assim, querem uma sociedade e um país decentes, desenvolvidos, organizados, justos e evoluídos?
Num país de ladrões, só é roubado quem quer!
O que aprendi ninguém mo rouba, até aposto!
Mas também não dou!!! Nem vejo quem queira...Ou ando "avermal"!
Atenção!- Não são "Magalhães" com Jogos, que tenho para dar!!!
"Tu trabalhas todo o ano, na lota deixam-te mudo
Chupam-te até ao tutano, levam-te o couro cabeludo"
Letra de Zeca Afonso
Se fosse Ana Bacalhau, estava-se a lamentar e não a fazer parte da solução....
Medina Carreira tem razão
NÃO SEJAS PARVO FAZ-TE À VIDA
«Um leitor interpela-me: "Não percebo a sua agressividade - é o 2.º texto - contra a geração Deolinda." Duplo erro: é o enésino texto e não é contra, é a favor. Textos quase todos, e de quem escreve todos os dias, sobre o mesmo assunto. Assunto: se não tens dupla consoante no nome (e Ferreira não conta), conta contigo, contigo e contigo. Neste país pequenino, pobre e pedantolas, se não fores um raro com família instalada, o apoio certo és tu. Para os falhos de famílias dessas há atalhos - Igreja, maçonarias, partidos... - mas o país pequenino é também antigo, tem longa história de atalhos, o que faz destes avenidas concorridas. Conta contigo, mas na condição de saberes que é negócio duro. Não te iludas com a ganga poética: o primeiro tipo que vi com lágrimas nos olhos sobre o concerto dos Deolinda, acabou de chegar de uma prebenda que o partido lhe arranjou no estrangeiro e voltou para o lugar cativo que tinha deixado. Não te iludas com direitos adquiridos: no país pequenino e pobre, há gente que julga que é salvação agarrar-se a bóias (progressão automática na carreira, reformas antecipadas...) E não é: é naufrágio adiado. Traça tu os teus prazos. Tens a casa dos pais e diploma, como diz a tal canção dos Deolinda? É melhor do que não tê-los. Mas se for preciso, larga-os (à casa e ao diploma) pelo trabalho. Porque este és tu. A única garantia de que não te deixas afogar no país pequenino.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
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