segunda-feira, abril 14, 2008

Biotratol

A pressão internacional nos preços dos produtos alimentares, nomeadamente os cereais, é resultado da futura utilização de terra arável para a produção de matérias-primas de bio combustíveis. Está aí uma nova situação em que os problemas estão relacionados com os novos desafios e negócios que espreitam com a substituição da gasolina por bio combustível, que relativamente às emissões de CO2 não se apresenta assim tão vantajosa como tentam fazer crer, pois ainda por cima teremos os a poluição agrícola e, ainda mais dramático, os problemas sociais relacionados com a posse de terra. Os responsáveis mundiais estão a tapar o sol com a peneira no sossegar da sua consciência ecológica. A ver vamos, como diz o cego. No entanto é o tempo de repensar a agricultura portuguesa local para o tempo pós PAC (Política Agrícola Comum), onde os projectos de índole regional deveriam estar já na calha, pois quem chega tarde para comer da galinha comerá só pescoços.

5 comentários:

Anónimo disse...

A mundialização traz a especulação ou é o contrário.
O capitalismo, esse traz a fome, sem qualquer escrúpulo. Danone pretende aumentar de 15% os dividendos distribuídos por cada acção. O cliente paga as subidas de preços, mantendo-se o produtor na agonia financeira, engordando os intermediários capitalistas.
O biocarburante é mais uma grande fraude do capitalismo.
Nestes tempos, em que tudo se engole desde que tenha estampilha ecológica, é preciso água, insecticidas, terreno e um litro de petróleo para produzir um litro de biocarburante, e tendo isto em conta compreende-se que a fome não está perto de desaparecer, bem pelo contrário. Conduzir ou comer é preciso escolher

Arsenio Mota disse...

O escrito acima propõe, parece-me, uma abordagem correcta da questão. Apenas acrescentaria um ponto: tenho lido que a produção dos biocombustíveis pode e deve ser feita a partir dos resíduos florestais e isso com vantagens «colaterais» evidentes, a limpeza da floresta. Ora estes recursos são abundantes, não são? Penso em Portugal.
De modo nenhum me parece racional pôr terrenos agrícolas a produzir cereais para produzir... aquela coisa! Enfim, haja juízo!

José Vieira disse...

Concordo em absoluto com as opiniões acima.Parece que estamos num beco sem saída... Temos de repensar o nosso posicionamento cívico.cada um de nós tem a opção de escolha... digamos não, a esses produtos mesmo que sejam mais baratos.
permitam-me felicitar o Sr Arsénio Mota pelo polimento dos seus comentários. Bem Haja!

Carlos Rebola disse...

"Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma!" (Lavoisier)

Se Lavoisier tinha razão, pergunta-se estamos a transformar, o quê em quê?
O cartoon, bem conseguido, dá uma pista para uma das “milhentas” respostas (a favor e contra) o que penso e nem sequer é preciso que se saiba o que penso.
O amigo Arsénio Mota traz a “terreiro” uma boa proposta. Que se transforme (lei de Lavoisier) em energia o que sobra do nosso apetite consumista (lixo?) e do resultado da limpeza das florestas também.
Um abraço
Carlos Rebola

Anónimo disse...

Essa é boa! O ciclo é este: - Caça, Agricultura, Indústria, Serviços e...
No inicio do século XXI, estamos na fase da INFORMAÇÃO. Oh! caro Manel, sinceramente. Oh! caros Rebola e Vieira, seguir a opinião do Arsénio Mota é bom quando pede juízo ao Sr.Engenheiro, mas não é de todo em todo inteligente neste Pais andar a "apanhar lenha" para fazer combustível.