A mudança é um tema que de tanto nele se falar está a levar ao cansaço a quem o ouve repetidamente.
A fábula da cigarra e da formiga tem actualmente um desfecho bem mais diferente que o de antigamente. Na verdade a cigarra não quer mudar de vida, pois a que leva é bem boa e vantajosa.
Muitas coisas que foram feitas ou estão a ser feitas, muitas delas foram atingidas sem esforço ou mérito próprio. Daí a dificuldade na mudança e a aposta no mais do mesmo, por mais que se queira iludir com qualquer coisa de aspecto dinâmico ou festivo. Não será com cosmética que se transformará um dependente socialmente num elemento forte ou robusto. Isto passa-se com pessoas individuais e colectivas.
A mudança será, obrigatoriamente, uma mudança cultural.
Quem esteja em lugar de responsabilidade e se apresentar como sem qualquer tipo de responsabilidade na manutenção da vida flauteada da cigarra, não passará de um interessado pelo actual estado de coisas, ou não estará interessado, por razões óbvias, em melindrar os instalados.
Assim, vamos aguardando as chuvadas do Inverno que está para vir.
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