terça-feira, agosto 31, 2021

Está tudo na Net

 

Está tudo na Net

De um rural que vive pelo mundo, retornado em cada volta dada ao centro do seu mundinho.

É do último censos a constatação da redução de 7% da população do pequeno mundo que me rodeia. Hoje ouvi na rádio que a natalidade em 2020 reduziu 7 % e que estamos em plena campanha eleitoral autárquica.

Da estrada, de dentro da viatura que conduzo, vejo terra em abandono generalizado, estrada asfaltada de novo, e se o alcatrão faltasse cairia o Carmo e a Trindade, os cartazes de novos e velhos candidatos de slogans antigos gastos a confundirem-se com os dos vendedores das imobiliárias, de fotos retocadas a photoshop que tirou rugas a quem as tem, algum excesso de peso à maioria, e deu estatura aos mais baixos.  

Há uma realidade teimosa que se apresenta à vista de todos, e todos os dias esta é negada e depois ignorada. Aqui e ali aparecem ainda uns a falar em reverter situações, como se se as Leis da Termodinâmica não existissem, como se fosse possível inverter o funil do Tempo, como se o poeta não tivesse escrito "Tudo foi. Nada acontece".                     

“Fecho os olhos por um instante.

Abro os olhos novamente.

Neste abrir e fechar de olhos,

Já todo o mundo é diferente”.

O poeta não sou eu! 



segunda-feira, agosto 30, 2021

Eu tenho uma opinião



Hoje estou um chato.
Todos nós temos a nossa opinião sobre os assuntos do momento. Não somos nem mais nem menos que aquele comentador da TV aos saltitos na cadeira enquanto opina, de seu nome Mendes.
Dos meus assuntos aqui abordados, os que eu quero aqui apresentar, claro, quando eu escrever sobre alhos, por favor não opinem sobre bugalhos.
Opinião sobre bugalhos todos nós temos, assim como certa parte do corpo. Antes de dar opinião sobre os tais bugalhos, tal qual a tal parte do corpo, ao menos perguntem se eu a quero.

Nada de desilusões

 


A multidão na sua ignorância, e os seus lideres aí a deixam mergulhada. Não a querem desiludir, não lhe transmitindo os factos desagradáveis na espera dos seus votos, e no manter da popularidade que lhe garante a cadeira.

quinta-feira, agosto 05, 2021

AH, SE TIVÉSSEMOS MAR!!!

 


As empresas distribuidoras que trazem os portugueses pelo beicinho, os verdadeiros DDT, os donos disto tudo.
Recordo as politicas que foram implementadas com os dinheiros da adesão à CEE para a agricultura e pescas.
Quem quer casar com um pescador?
O novo programa de uma televisão qualquer em sua casa.
AH, SE TIVÉSSEMOS MAR!!!
"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses".
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns Jogos Sem Fronteiras de pescado e marisco.
Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: Camarão do Equador, Burrié da Irlanda, Perca Egípcia, Sapateira de Madagáscar, Polvo Marroquino, Berbigão das Fidji, Abrótea do Haiti?
Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós.
Eu não tenho vontade de comer uma Abrótea que veio do Haiti ou um Berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o Berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo.
Não é saudável ter inveja de uma Gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do Linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o Tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano.
Há quem acabe por levar Peixe-Espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi Perca Egípcia em Telheiras.
Fica estranho. Perca Egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma Perca Egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o Polvo Marroquino. É complicado pedir Polvo Marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem Polvo Marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de Polvo Marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por Robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de Robalo de Chernobyl.
Eu às vezes penso:
O que não poupávamos se Portugal tivesse mar."
(João Quadros in Negócios Online)
in @novosrurais.marketplace
Gosto
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quarta-feira, agosto 04, 2021

Montanha e planície

 



A  planície é uma montanha que foi arrasada.


segunda-feira, agosto 02, 2021

População da freguesia da Tocha

 

Tal como os anéis de crescimento das árvores, a evolução da população é um indicador dos fenómenos ocorridos no passado.

Antes de baterem na mesma tecla de inverter este estado de coisas, planeie-se viver com este estado de coisas.