Está tudo na Net
De um rural que
vive pelo mundo, retornado em cada volta dada ao centro do seu mundinho.
É do último censos
a constatação da redução de 7% da população do pequeno mundo que me rodeia. Hoje ouvi na rádio que a natalidade em 2020 reduziu 7 % e que estamos em plena campanha
eleitoral autárquica.
Da estrada, de dentro da viatura que conduzo,
vejo terra em abandono generalizado, estrada asfaltada de novo, e se o alcatrão
faltasse cairia o Carmo e a Trindade, os cartazes de novos e velhos candidatos
de slogans antigos gastos a confundirem-se com os dos vendedores das imobiliárias, de fotos retocadas a photoshop que tirou rugas a quem as tem, algum excesso de peso
à maioria, e deu estatura aos mais baixos.
Há uma realidade teimosa que se apresenta à vista de todos, e todos os dias esta é negada e depois ignorada. Aqui e ali aparecem ainda uns a falar em reverter situações, como se se as Leis da Termodinâmica não existissem, como se fosse possível inverter o funil do Tempo, como se o poeta não tivesse escrito "Tudo foi. Nada acontece".
“Fecho os olhos por um instante.
Abro os olhos novamente.
Neste abrir e fechar de olhos,
Já todo o mundo é diferente”.
O poeta não sou eu!