Estamos a ser
governados, falo a nível global, pelos números do desempenho. Isto vem no
seguimento do que por aí se repassa nas redes sociais, que a humanidade começou
ontem a viver a crédito do planeta.
Este problema do
crescimento pelo crescimento está a levar-nos ao desperdício poluente do nosso
planeta e da nossa vida. Em vez de definirmos o trabalho como concluído com a
tarefa ou a obra feita, estamos a trocar tudo isso por coisas a que chamamos
objectivos, onde as regras do jogo e os números a apresentar mudam
constantemente. Uma corrida de loucos.
Estamos a repetir
erros do passado, parecendo cair sempre nas mesmas armadilhas.
Nas economias
planificadas do século passado, atingir os objectivos dos planos quinquenais
era fundamental para os gestores. Assim estes eram sempre atingidos e até
superados como se pode confirmar pelas notícias da época, graças à fraude
contabilística, que era regra usada por todos, pois ninguém tinha coragem de a
denunciar para não cair em desgraça.
Um exemplo foi de
um plano quinquenal da RDA com um aumento significativo de produção de aço. Atingido
o objectivo, para dar seguimento ao uso de tanto aço, uma fábrica de tractores começou
por aumentar o peso dos mesmos, reduzindo assim a eficiência dos equipamentos. É
caso que prova que era tanto aço, e um só tipo de sapato.
Hoje, na
globalização usada como ferramenta neoliberal, o lucro pelo lucro está fazer ainda
pior do que as economias do passado fizeram. Não é possível um crescimento
infinito num planeta finito. Isto é radical, coloca em causa as ideias
vigentes, que apesar de andarem a tratar o assunto com os paninhos quentes do “desenvolvimento
sustentável”, seguem o caminho do desperdício. Teremos que reduzir a produção
de lixo e especialmente o consumo, isto é, decrescer.
Deveríamos
começar pelo decréscimo do consumo voluntário e criterioso.
Eu já pratico.