terça-feira, outubro 29, 2013

Se não sabes, porque perguntas?


Como ouvir a música que desconhecemos?
O inesperável virá! Virá de Nenhures como a música que desconhecemos e iremos ouvir. Como iremos reagir aos primeiro acordes desconhecidos e desconcertantes, que nada terão de semelhança como o que o som que nos é familiar?

E já agora, se não sabes, porque perguntas?

 

quinta-feira, outubro 24, 2013

Sangue Novo - Serenata Festa das Latas e Imposição de Insígnias - Coimbr...



FRA para Luiz Goes

Lepra do nosso tempo.

A miséria forçada é a lepra do nosso tempo. Os impuros são colocados de quarentena, como faziam os filhos de Abraão na idade do bronze.
Levítico 13-45 "Quem ficar leproso, apresentando quaisquer desses sintomas, usará roupas rasga­das, andará descabelado, cobrirá a parte inferior do rosto e gritará: 'Impuro! Impuro!'

quarta-feira, outubro 23, 2013

Atenção pessoal!


Atenção pessoal!
Há censura no «Facebook», e é por cá, até pela nossa santa Gândara. Os censores são piores do que aquilo que vós podeis imaginar. São pessoas que se prestam a ler o que aqui escrevemos, O julgamento e punição são também funções que assumem. O meu mural «Facebook» já esteve horas e horas bloqueado.
Por isso, leiam bem o que escrevem, pois esses amigos virtuais zelam pela ordem. 

Folhetim (1)

Folhetim (1)

MACHETE / BRAGUINHA
A primeira menção conhecida do vocábulo machete, desta feita usando o diminutivo machinho, encontra-se citada num longo poema (escrito provavelmente em Coimbra por volta de 1660) de Gregório de Matos (Salvador, 7-IV-1636 – Recife, 26-XI-1696), onde se lê: “[…] Criam-nos com liberdade / nos jogos, como nos vícios, / persuadindo-lhe, que saibam / tanger guitarra e m...

achinho. […]. No “Regimento para o ofício de violeiros” de Guimarães, datado de 1719, o pequeno cordofone de mão é mencionado sob a designação de “Machinhos de quatro cordas” [duplas?] bem como “Machinhos de sinco cordas”, juntamente com “Violas de marca grande”, “meias Violas” e “Viollas pequenas”. O instrumento, neste caso designado já por Machete, é também incluído – juntamente com Violas, Bandurras, Harpas e Rabecas – no “Rol da tacha do ofício de violeiro”, feito em Évora a 30 de Dezembro de 1778. Numa colectânea para viola de cinco ordens, que se guarda na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (P-Cug M.M.97), manuscrito não datado mas seguramente copiado em inícios do séc. XVIII, o termo volta a surgir do seguinte modo: “como se tempera a viola com o machinho”. Num manuscrito setecentista (c. 1720) para rabeca de Pedro Lopes Nogueira (P-Ln, M. M. 4824) a afinação do machete serve de base para se praticar a “scordatura” no violino: “afina-se a terceira corda da Rabeca pella terceira corda do Machinho” ou a “segunda da Rabeca pela quarta corda do Machinho”, etc.. Infelizmente não chegou até nós nenhum machete ou machinho do séc. XVII ou XVIII, salvo que em alguns presépios, ou lapinhas, setecentistas se mostram uma panóplia de instrumentos músicos, onde se poderão encontrar alguns cordofones de caixa em forma de oito e braço longo que poderão ser tomados por representações iconográficas do machete, sendo problemática a sua justa atribuição, já que existiam neste período violas pequenas, que de certo modo, se podem confundir com o pequeno e peculiar cordofone aqui mencionado. Para terminar, acrescento que o termo machete ou machinho, segundo vários léxicos sete e oitocentista, é uma “violinha, descante”, e que “Machete, s.m. [é] viola pequena [e] vem do Lat. macer”, que quer dizer “magro ou delgado”.

P.S.:Só os ignaros (bem como os curtos ou abreviados em música) é que não sabem que no séc. XIX e início do seguinte, se designavam por “Folhetins” os textos de índole literária ou artística normalmente inscritos no fundo das páginas de um periódico. Que os Deuses tenham piedade da estúpidez humana!
Foto: Pormenor do "Presépio da Madre de Deus", Lisboa 
Autor: Manuel Morais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Morais










 

quarta-feira, outubro 16, 2013

O esplendor dos ditadores de capas pobres e discretas.

Como se a culpa principal fosse dos partidos políticos.
Do que sei, os partidos políticos não passam de associações de pessoas. A ideia de quê são os culpados de todo o mal, vem da ideia veiculada constantemente pelos fazedores de opinadelas, e posteriormente replicadas em câmara de eco primeiro pelos emails e depois pelas redes sociais, estes sim ao serviço de algo mais obscuro, dado que mesmo servindo-se das pessoas que vivem à babuje dos partidos, quando os votos, as leis, os tribunais, incluindo os constitucionais, e outros entraves e estorvos à propagação da actual boa nova, as sociedades criaram para sua organização.
É efectivamente por aí, vindos das escolas da ideia vigente, garotos ambiciosos nos governam, denegrindo, até, os partidos que os pariram, ultimamente têm colocado, também, no poder alguns de cabelo pintado de preto, mas estes são ainda mais manhosos que os primeiros, que costumam atacar os salvadores. Escolhido o alvo, e quando a coisa tiver a massa crítica, mesmo a da indiferença que funciona sempre para o seu lado, aparecerão no seu esplendor. O esplendor dos ditadores de capas pobres e discretas.

A tecnologia, essa salvadora, é agora a ferramenta usada para o ser supremo nos escravizar.


A tecnologia, essa salvadora, é agora a ferramenta usada para o ser supremo nos escravizar.
Depois do feito ida à Lua, não resolvemos, porque não reconhecemos a nossa ignorância em não evitar o derrame de uma simples gota de óleo num rio. Não falo na irradicação da fome no mundo, que aí já nós sabemos que assim á que está bem, que há pessoas que não podem conhecer outra coisa, e que é assim que corre a notícia.
Até parece que os pobres foram convencidos, pelos poucos ricos claro, que tem mesmo que ser pobres, enquanto a catequese do futuro salvífico aí continua a encher os canais de informação, agora cada vez mais controlados, usando essa tecnologia e conhecimentos avançados, cada vez menos por nós planeado.
Enganam-nos quando nos dizem que temos futuro, tal como um slogan eleitoral, mas caso as respostas das pessoas não sejam dentro do padrão desejado, não se coíbem em passar a mensagem que não há futuro, que tudo será tão mau, que o menos mau já é bom, mas o futuro que a divindade suprema nos impõe.
Há 40 anos os padres, nas homilias, falavam de um plano divino, como se fosse um determinismo divino em que todos os resultados do somatório dos esforços humanos como de um esforço divino se tratassem. Agora o ser supremo assim aplica o plano. Agora as homilias não referem mais o lugar de choro e ranger de dentes. O inferno, agora, é outro. As ameaças de banca rota, dívida e deficit, são os terramotos e dilúvios resultado dos pecados da sociedade que despertou a ira do novo ser supremo. Condenações aos que não seguem esta nova lei divina são apregoadas. São hereges a lançar à fogueira da clandestinidade, ostracização e silenciamento. Os subversivos serão derrotados, pois o senhor é o senhor do dinheiro que compra os exércitos.
A tecnologia, essa salvadora, é agora a ferramenta usada para o ser supremo nos escravizar.

Às vezes acordo como com a ideia que posso organizar o meu futuro.


Às vezes acordo como com a ideia que posso organizar o meu futuro.
Depois, olhando a memória, a realidade foi sempre teimosa, ganhou-me sempre a aposta, trazendo-me aqui apesar de esta ter encontrado este outro teimoso pela frente, pois um teimoso nunca teima sozinho. Tem que teimar com alguém, em última análise teima com a realidade, essa teimosa suprema. A realidade é teimosa, e a todos embrulha no papel que fazemos no teatro da vida sem grande controlo do futuro.
Não há futuro para além daquele que já sabemos, que tudo será pior que hoje, já que tudo piora.
 

terça-feira, outubro 15, 2013

Coitado do pequeno filho da puta!


As pessoas agarram-se ao pouco que ainda julgam possuir, e vão deixando-se cozer como o sapo na panela cuja temperatura é gradualmente incrementada. O tal “aí aguenta, aguenta” até está a ser aplicado, sente-se. A ditadura efectiva, existe e é real. A catequese dos Mídias funciona na perfeição, enquanto o balão vai esticando com o aumento gradual da temperatura de cozimento do sapo. Tudo corre como planeado, controlado por extensómetros que enviam sinais à monotorização da Coisa. O balão estica, mas os mainatos diligentes vão assegurando que não apareçam estrias localizadas, pois estes estão a ser pagos para isso e até interiorizaram “ que é mau para o grande filho da puta também o é para o pequeno filho da puta”.

Coitado do pequeno filho da puta!

segunda-feira, outubro 14, 2013

Poema à Mãe

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
          Era uma vez uma princesa
          no meio de um laranjal...


Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

terça-feira, outubro 08, 2013

Cavaco Silva, o funcionário, o chefe e o princípio da incerteza

Cavaco Silva, o funcionário, o chefe e o princípio da incerteza
 
7 de Outubro de 2013 por As Minhas Leituras
 
Julgo que, a maioria dos portugueses, mesmo os que sempre votaram nele, vêem hoje Cavaco Silva como um problema no meio da crise em que estão mergulhados. Penso que essa visão resulta do desajustamento que sentem entre a natureza dele e as qualidades necessárias para o desempenho do cargo de presidente da República. Mas Cavaco Silva é também um perigo. Tanto maior porque inconsciente. Estou convencido de que Cavaco Silva tem a ideia de si de ser um honesto funcionário cumpridor dos seus deveres. Mas também a de que a presente situação de Portugal não é da sua responsabilidade. Foram os outros, o “eles”, essa recorrente figura fora de nós, que tramaram isto tudo. Penso que o primeiro desajustamento de Cavaco Silva resulta da sua pobre visão da História de Portugal: de esta ser para ele uma longa e confusa trapalhada, cujos pormenores abandonou depois do distante exame da antiga quarta classe do ensino primário obrigatório no Estado Novo (Língua e História Pátria), antes de ingressar na Escola Comercial e Industrial para se fazer contabilista. Acontece que Aníbal Cavaco Silva chegou a chefe de Estado Português, já em segundo mandato, e é o político que mais tempo esteve à frente de um governo (1985/1995) desde o 25 de Abril de 1974. Quer isto dizer que, além de se ter feito por si, subido a pulso na vida, devia ter outras qualidades que o levaram a ser reconhecido pelos portugueses. As atuais críticas de vastos setores da sociedade, por vezes a raiar a humilhação, tornam claro que tais atributos não são (nunca foram) suficientes, nem os adequados e que, fossem quais fossem, se esgotaram. O comportamento de Cavaco Silva desde o derrube do governo Sócrates, a fingida surpresa que revelou pelo impacto das medidas da troika, o seu visível e doloroso atarantamento durante a crise do governo deste verão, provocada por Gaspar e Paulo Portas, a ofensiva inabilidade com que não deu um sinal de vida aos bombeiros que se desesperavam nos fogos, a quase obscena veneração demonstrada na morte do aristocrático economista António Borges, comprovam que ultrapassou o seu nível de incompetência, o do principio de Peter, de que, num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência.