Crescimento, um
dogma a abater.
Para perceber o
tempo que vivemos hoje em termos de transformações ecológicas, económicas e
socias, devemos olhar para o experimento de Lavoisier, que usando uma balança,
o único instrumento que tinha à mão, concluiu “na Natureza, nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”, ou seja, tudo o que existe à nossa volta provem
do já existente, passando a ter outras formas, tomando novas qualidades,
citando Luís Vaz de Camões. Tudo vem do planeta, retirado do solo, do ar ou da
água, e tudo retorna ao mesmo planeta, mas de outra forma. Tu és pó e ao pó
voltarás (Gens 3,19).
Hoje vivemos um
tempo do usa e deita fora. As pessoas, em especial aquelas que conhecem a
conclusão de Lavoisier, parecem- na ignorar, desconhecê-la no seu uso prático e
dos resultados que daí advêm, e outros que dizem conhecer o conceito de entropia,
também não lhe dão qualquer uso pessoal. Como tudo isto à nossa volta flui num
tempo que é o nosso, e diferente do de todos os outros, os desarranjos
resultantes das transformações económicas e sociais não estão a entrar como produtos
do processo, sendo desprezados e desvalorizados apesar de conhecidos os seus resultados
nefastos. Estamos teimosamente a querer retirar a todo o custo do processo o produto
chamado crescimento, só porque sim, pois só aí está a salvação, ouvimos a todo
o momento dos altifalantes dos novos púlpitos e minaretes que teimosamente nos
catequizam.
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