Flores em
Abril
[Peça musical
para guitarra portuguesa, composta por Octávio Sérgio]
[Mural de Alves André na EPADRV -
Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos]
Andamos perdidos
na cultura do consumo, do trabalho e da produção de coisas que nos dêem retorno
ao ciclo.
O discurso que
hoje é usado a abusado até à exaustão de oração salvífica, é o discurso do
imprescindível crescimento. Tudo é medido e reportado a tal conceito. Todos os
políticos do sistema se focam em tal indicador, mesmo que lhes sussurrem às
orelhas que ele não tem quaisquer possibilidades de ser contínuo, têm reacções semelhantes às dos crentes cegos e fanático nos seus dogmas religiosos. Como colocar em
causa a verdade absoluta, ideia propagandeada ad nauaseam, quando os pregadores
usam o argumento se assim não for, então será o caos?
Todos nós, em
certos momentos, sentimos a necessidade de parar para pensar e assim tentar perceber
o que nos rodeia, que esta engrenagem é transmissão de coisa nenhuma, que até o
negócio do verde e ecológico que por aí desponta, só apresenta uma capa mais
lavada e limpa, mas continua a abusar dos recursos limitados, leva-nos a ter que
mudar ideia de desenvolvimento.
Mais do que revoluções
para que tudo fique na mesma, a mudança de paradigma é a necessária, e é quase
individual, quase digna de uma revolução espiritual sem dogmas de qualquer
espécie, pois têm sido e continuam a ser os dogmas que contaminam tudo.
O crescimento pelo
crescimento é dogma para atingir o lucro pelo lucro, a fome de dinheiro do Deus
supremo que nos governa.
Há que queimar os
hereges na fogueira do ridículo e da ostracização.