quarta-feira, abril 24, 2019

Flores em Abril






Flores em Abril                                                                        
[Peça musical para guitarra portuguesa, composta por Octávio Sérgio]
[Mural de Alves André na EPADRV - Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos]

   Andamos perdidos na cultura do consumo, do trabalho e da produção de coisas que nos dêem retorno ao ciclo.
   O discurso que hoje é usado a abusado até à exaustão de oração salvífica, é o discurso do imprescindível crescimento. Tudo é medido e reportado a tal conceito. Todos os políticos do sistema se focam em tal indicador, mesmo que lhes sussurrem às orelhas que ele não tem quaisquer possibilidades de ser contínuo, têm reacções semelhantes às dos crentes cegos e fanático nos seus dogmas religiosos. Como colocar em causa a verdade absoluta, ideia propagandeada ad nauaseam, quando os pregadores usam o argumento se assim não for, então será o caos?
   Todos nós, em certos momentos, sentimos a necessidade de parar para pensar e assim tentar perceber o que nos rodeia, que esta engrenagem é transmissão de coisa nenhuma, que até o negócio do verde e ecológico que por aí desponta, só apresenta uma capa mais lavada e limpa, mas continua a abusar dos recursos limitados, leva-nos a ter que mudar ideia de desenvolvimento.

   Mais do que revoluções para que tudo fique na mesma, a mudança de paradigma é a necessária, e é quase individual, quase digna de uma revolução espiritual sem dogmas de qualquer espécie, pois têm sido e continuam a ser os dogmas que contaminam tudo.  
   O crescimento pelo crescimento é dogma para atingir o lucro pelo lucro, a fome de dinheiro do Deus supremo que nos governa.
   Há que queimar os hereges na fogueira do ridículo e da ostracização.



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