quinta-feira, setembro 09, 2010

Viciados em crescimento

Os modelos que não servem foram ou são modelos de que alguns se serviram ou servem, com prejuízo de muitos outros. Se só às vezes se consegue explicar aceitavelmente o passado, falha-se quase sempre na predição do futuro, isto porque estamos formados e educados no crescimento económico como sendo coisa tão natural como ar que respiramos.
Esquecemos a lei da população de Malthus quando as condições tecnológicas se alteraram, o que levou ao conceito de crescimento contínuo e sustentado. Apesar dos ganhos de eficiência no aproveitamento dos recursos, neste conceito de crescimento, não conseguem impedir o seu esgotamento e a degradação ecológica a nível global. Existem limites naturais e sociais ao aumento da riqueza neste crescimento que nem a alteração do regime de posse da propriedade resolverá o problema, muito menos a exportação de capitais, pois a procura da energia nesses recursos tem limites neles próprios, somando o desperdício, poluição e rendimento energético. Os conflitos pelos recursos estão aí, são do nosso conhecimento.
Não existe uma solução, mas olhar o mundo à nossa volta de outra maneira, outra maneira de interpreta a realidade, redefinir os conceitos de riqueza e de pobreza, de abundância e de escassez, talvez fosse uma ajuda, um dos muitos pontos de partida. Contra temos os políticos que têm sido e são uns paus mandados neste cartel que vicia as pessoas em crescimento, suportado na falsa capacidade de regeneração do planeta.
Estamos viciados em crescimento. Todos nós sabemos disso.

1 comentário:

Arsénio Mota disse...

Mais uma, certeira, do amigo Manel, na cabeça da mosca! Bela pontaria, é de disparos assim que estamos todos precisados.
Abraço.