quarta-feira, setembro 27, 2023

A grande questão


 



A grande questão.

A vida, em si mesma, não tem qualquer sentido especial e nem obedece a plano algum.

Ela continua, independentemente da nossa existência, e consta de atividades básicas de alimentação e procriação, como qualquer ser vivo da cadeia evolutiva em que nos integramos.

Julgamos nós ter a capacidade de controlar estes processos básicos da vida, mas pouco mais nos resta seguir o curso das coisas.

São as nossas capacidades de Homo Sapiens que nos conduzem a situações bizarras de encontrar um sentido para a vida e para o que nos rodeia.

É esta consciência material que nos consegue manter despertos para a grande questão de subir uma escada para descer uma rampa.

 


segunda-feira, setembro 25, 2023

Das auto


 

Das Auto.

1965

Eu tenho um automóvel alemão montado na Alemanha, feito de peças fabricadas na Alemanha.

2023

Eu tenho um automóvel alemão montado em Portugal, feito de peças fabricadas na China.


sexta-feira, setembro 22, 2023

Há conversas que eu evito.

Há conversas que eu evito.
A perceção da minha cosmovisão só me permite ver o que tenho registado na minha cognição.
Eu só vejo os recortes da realidade que o meu conhecimento enxerga, que não são, obrigatoriamente, os mesmos recortes das realidades dos outros. Realidades cognitivas distintas.
Afinal, é a falar que não nos entendemos.
A realidade é muito teimosa. 
Há conversas que eu evito.
Todas as reaç

quarta-feira, setembro 13, 2023

Tomar o remédio

 

Assisto a reações que, muito provavelmente, irão deitar muito a perder nas vidas pessoais e na dos grupos em que participam quando do outro lado se vê sempre um adversário a derrotar, a rebaixar em qualquer circunstância. Assim se esvai a confiança entre pessoas, a base de qualquer relação. O passo para a cura é tomar o remédio, mas para o tomar é necessário aceitar estar doente. Enquanto isso, o grupo vai perdendo a coesão e os indivíduos fecham-se nas suas conchas.

quinta-feira, setembro 07, 2023

A primeira espiga.


  A primeira espiga.

Come um pedaço de pão sem conduto, sem nada que o ajude no gosto. Não que o não pudesse comer. que o tem: manteiga, chouriço, ou mesmo uma maçã. 

Pão. 

Só pão de sabor único que se desfaz na boca. 

Pão que nos domesticou sem nós sabermos, nos amansou, nos preencheu os dias.

Como terá sido a primeira espiga do  cereal que foi colhido conscientemente para ser moído em farinha?

A mulher que o colheu não registou tal façanha.


O caralhão da Ribeira

 


Aida Lourenço - “O caralhão da Ribeira”
PROJECTO 1254
Gravado em Milagres, Cambeses, Monção, Viana do Castelo, Alto Minho, a 29 de Julho de 2015
Realização: Tiago Pereira
Som: Cláudia Faro Santos
Produção: Município de Monção
O caralhão da Ribeira
Toca trezentas violas
Da grila faz caravilhas
Dos tomates, castanholas
Da grila faz caravilhas,
Dos tomates, castanholas
Ó minha Rosinha
Eu hei-de te amar
De dia ao sol,
de noite ao luar
De noite ao luar,
de noite ao luar
Ó minha Rosinha
Eu hei-de te amar

segunda-feira, setembro 04, 2023