Ao longe a cidade reluz.
A cidade nova de prédios novos e altos. Deixámos para trás a paisagem bruta
onde afloravam alguns pequenos terrenos com plantios recentes de castanheiros.
No alto da elevação principal a visão privilegiada do castelo que foi símbolo
de poder, que o de hoje não usa torres de granito como emblema, nem bastões que
o possam exibir. A cidade cresceu à volta, limpa e delineada para o automóvel, avenidas,
rotundas, e apodreceu no seu interior.
Tanta placa onde se pode ler vende, são letreiros alastrados por todos os
sítios e lugares, desde a cidade à mais pequena aldeia, de Norte a Sul, da Raia
ao Mar. É assim que o crescimento económico, medido em três siglas de roda pé
televisivo se vai em contínuo, de jogo de rapa, tira e deixa, o dogma vigente.
Os outros, os velhos dogmas, estão colocados de lado. “É necessário que ele
cresça, e eu diminua“, recordo da passagem do evangelho de S. João. A cidade cresceu
para fora e minguou por dentro. Só que nem o Apóstolo João foi o autor de tal versículo,
nem o Batista, muito menos os seus seguidores, tal diriam em caso algum.
Tenham um bom S. João.
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