terça-feira, junho 20, 2023

 

Ao longe a cidade reluz.

A cidade nova de prédios novos e altos. Deixámos para trás a paisagem bruta onde afloravam alguns pequenos terrenos com plantios recentes de castanheiros. No alto da elevação principal a visão privilegiada do castelo que foi símbolo de poder, que o de hoje não usa torres de granito como emblema, nem bastões que o possam exibir. A cidade cresceu à volta, limpa e delineada para o automóvel, avenidas, rotundas, e apodreceu no seu interior.

Tanta placa onde se pode ler vende, são letreiros alastrados por todos os sítios e lugares, desde a cidade à mais pequena aldeia, de Norte a Sul, da Raia ao Mar. É assim que o crescimento económico, medido em três siglas de roda pé televisivo se vai em contínuo, de jogo de rapa, tira e deixa, o dogma vigente.

Os outros, os velhos dogmas, estão colocados de lado. “É necessário que ele cresça, e eu diminua“, recordo da passagem do evangelho de S. João. A cidade cresceu para fora e minguou por dentro. Só que nem o Apóstolo João foi o autor de tal versículo, nem o Batista, muito menos os seus seguidores, tal diriam em caso algum.

Tenham um bom S. João.


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