O paradoxo do trabalho (3)
Do dicionário etimológico, a palavra trabalho vem do latim
tripalium, nome de um instrumento de tortura
constituído por três estacas de madeira.
Assim sendo trabalhar significava ser torturado, e quem trabalhava
eram as pessoas sem posses ou meios de subsistência.
Um exemplo do castigo, tortura, pelo trabalho com extensão, às atividades físicas produtivas
realizadas pelos trabalhadores em geral, nomeadamente camponeses, encontramo-lo
em Génesis 3:19. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à
terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.
Já do francês travailler, que significa “sentir dor” ou “sofrer”, e
com o passar do tempo, o sentido da palavra passou a significar “fazer uma
atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade difícil, dura”. Mas do latim labor, os
intelectuais não se referiam à sua atividade como um trabalho e sim como um
lavor do espírito.
Hoje em dia o trabalho, tal como o conhecemos, ainda tem
muito do significado próximo do castigo bíblico do versículo escrito pelos
sacerdotes judaísta do templo de Jerusalém de Ciro II, o messias persa, como
forma de dominar os povos agricultores judeus ao monoteísmo.
No entanto hoje em dia há uma ideologia partilhada por
corrente politico-ideológicas aparentemente opostas: o trabalho, seja ele qual
for, é todo bom.
Os opostos estão de acordo neste ponto.
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