segunda-feira, janeiro 10, 2022

Celaya – México, terça-feira, 15-02-2011


 

Celaya – México, terça-feira, 15-02-2011

 Depois de 3 voos, ainda recuperar da mudança de fuso horário, perturbado com o excesso de sol e secura do ar, estive no centro de Celaya, bem cedo. Aqui a vida diária começa devagar, sem pressas, tudo muito lento e sem cumprir horários. 

As “tiendas”, como aqui de chamam as lojas, abrem às dez. Não é às 10 horas em ponto, mas sim por volta das dez.

Uma praça central de muitas pessoas que esperam e andam de rua a rua, de ponta a ponta do espaço retangular. Ouvem-se os toques sineiros a chamar para a catedral e para as igrejas de outros santos, cada um com seus seguidores. 

Muita religião popular assisti pelas missangas, flores e fotos  de  pessoas suspensas à volta de uma estátua ao lado da catedral, cujo pedestal diz ser do papa João Paulo II. Uma estátua de cerca 3 metros de altura, no máximo, incluindo a peanha. É de qualidade duvidosa  e sem arte escultórica. Nem as feições se assemelham, nem de longe nem de perto, ás do Karol Woitila. A todo o momento se acercam pessoa que a tocam, beijam, acariciam enquanto se benzem. O bronze está polido pelos contínuos toques de mãos e lábios. 

Entrei na catedral. Estava quase meia de pessoas à espera do culto. Olhei à volta e as imagens dos santos não eram no aspeto como os mexicanos. Mais pareciam ser de uma qualquer igreja castelhana. Eu era o diferente que ali estava. Senti o olhar de muitos. Olhei mais uma vez em redor e saí, pois a missa estava para começar.

Alguns mendigos, sujos como se fosse de propósito, como se estivessem em indumentária de trabalho, teatrais, andam pela praça. Muita gente parada, muita polícia se mostra. Qualquer funcionário municipal, ou lá de que serviço público seja, exibe a farda indumentária de boné garrido. Muitas são as bancas ambulantes a oferecerem comida e refrescos com gelo num Fevereiro estranhamente quente para mim. Tudo está decorado como para o dia anterior, o Dia dos Namorados. Tudo muito à ianque, para mexicano usar. No banco de jardim, junto ao reservatório da água, um casalinho ainda faz a atrasada marmelada. 

O gelo, em grandes blocos, é manejado logo pela manhã com as regras higiénicas muito únicas: se chega ao chão logo  se limpa com a mão e, lá vai para a picadora. Procedimentos que se cumprem quer pela praça central de traçado retangular, quer pelas ruas que a ela levam os transeuntes. Aqui, a praça é mesmo para as muitas pessoas que por lá param e para muitas crianças a brincar.

Caminhei pelas ruas à volta da praça. As casas são baixas, de dois pisos na sua maioria e, em grande quantidade, por pintar e outras por rebocar. Na rua nota-se um declive estranho. Um descaimento  de nível que segue até no lote do resto de umas ruinas onde vigora um pinheiro bravo já com umas décadas, isto pela envergadura que apresenta. Parece um deslizamento de terra resultante de algum terramoto de passado recente. Entrei numa tienda de instrumentos musicais, mas de tradicional só encontrei uma pequena ocarina. Tudo guitarras folk, à americana, que é o se vende agora. Foi que ouvi do casal proprietário. Sobre o balcão, numa cesta de almofadada, um pequeno Chihuahua aceitou a minha festa, o que agradou aos donos. Estive à conversa com eles, e acabei por comprar um CD de música Rancheira. Depois peguei num táxi e voltei ao hotel para almoçar. Não almocei na cidade como inicialmente tinha planeado.

 

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