terça-feira, janeiro 14, 2020

Octavô


Transcrição:
"Aos vinte e nove dias do mes de Mayo de mil e seis centos e noventa e sete annos faleçeo An.to Fran.co Mansor das Francisquas jaz sepultado no adro desta Igr.a não fes testamento. Rib.ro"
Fonte: Assentos Paroquiais de Cantanhede, Mistos 1659-1707.

António Francisco Mansor foi o pai do primeiro a usar o apelido "Tabanez" (João Francisco Tabanez) que depois viveu nas freguesias de Cadima e da Tocha (Quintã). Todos os Tabanezes actuais, de origens lusófonas, descendem deste senhor, natural das Franciscas, junto a Cantanhede.

(Nuno Silva - Origens do apelido Tabanez).

Nota: Foi o meu 8º Avô (Octavô), natural das Franciscas da Ribeira da Varziela, e casou com Isabel Gomes (minha Octavó) natural da Pocariça.


O dogma vigente.




O dogma vigente.
O espaço disponível na Terra é limitado, e a sua capacidade de regeneração não está a acompanhar o aumento na procura dos recursos. Tudo na Natureza está a ser processado e transformado a uma velocidade cada vez maior que já ultrapassa em muito a velocidade desta em transformar o lixo que se produz em novos recursos.
Estamos a acelerar continuamente, o tal crescimento que os pregadores clamam como urgente e necessário, fazendo deste dogma o seu cavalo de batalha, o veículo em que nos deslocamos sem travões, e ao fundo da pista há um muro.
O resultado desta aceleração contínua do bólide financeiro é o desastre certo.
No entanto os púlpitos mediáticos continuam ocupados pelos mesmos catequistas desta nova religião para manter e controlar os que foram capturados pelo sistema, isto é, os Estados e os cidadãos.
Eu como sou um optimista, vos digo que a coisa irá correr mal.
Perguntam-me se há soluções para remediar isto. Direi que sim, mas isso não evitará os crashs continuados contra os muros. As pessoas só quando se esmurrarem novamente e várias vezes é que que entenderão, e só umas poucas, que o dogma vigente é que nos leva à perdição, pois não há salvação possível, e vamos sair dos próximos e sucessivos vindouros choques cada vez mais empenados.


segunda-feira, janeiro 06, 2020

in perpetuam rei memoriam


Foto de 28-12-2019


in perpetuam rei memoriam


“NESTE RESTO DO VELHO CLAUSTRO
DA SÉ ONDE TEVE O SEU BERÇO A SAN-
TA CASA DA MESIRICORDIA, MANDOU ES
TA IRMANDADE COM A DEVIDA PREMIS-
SÃO DO EX. CABIDO COLLOCAR ESTA
LAPIDE EM MEMORIA DO 4 CENTENA-
RIO DA SUA FUNDAÇÃO”

Assim gravadas numa placa de mármore fixa a uma outra de granito, toda ela cheia de verdete do musgo, ali no chão, onde caem os pingos chuva, encostada à parede do lado poente do claustro.
Abaixo da gravação no mármore que também se encontra esverdeado pelo musgo comum, onde parte das letras em baixo relevo já perderam a tinta negar que lhes dava algum realce original, cravado ao granito o logotipo da Santa Casa da Misericórdia do Porto feito em bronze, este ainda com a cor da patine de origem, composto de dois escudos lado a lado, sendo um dos escudos de Portugal e o outro da esquerda da Senhora que cobre com o seu manto misericordioso as muralhas fernandinas da cidade, encimado pela coroa de Cristo. Nas fitas entrelaçadas os dizeres “SANTA CASA DA MISIRICORDIA DO PORTO”.
Em baixo e em relevo está escrito a bronze, sendo este coberto pelo musgo que aumenta à medida que se aproxima chão húmido do tempo, o que torna difícil a leitura.
EM MEMÓRIA DO QUINTO CENTENÁRIO
DA FUNDAÇÃO DA SANTA CASA DA
MESIRICÓRDIA DO PORT
1499-1999
                                                                                    14 DE MARÇO
Uma placa comemorativa, tipo duas em uma, mais para indicar a permissão da sua localização na sua comemoração do quarto centenário, arrancada a uma parede do Claustro e agora pregada a uma outra de granito ali encostada, a para esquecimento desmemoriado pelas alterações das relações de poderes, e recordar que em tempos habitante do Paço era um autêntico monarca e o de hoje ainda o desejaria ser apesar da república que é a Santa Casa da Misericórdia do Porto lhe querer, mais uma vez, o tempo da fundação no espaço que há um controlo, e que assim fixa pelo chão do esquecimento, e não toma posse nem de uma parede sequer, pequeno espaço simbólico.
Hoje desmemoriam mais vinte anos que quatro séculos, que tudo é pó e desaparece.
Os sarcófagos em granito ali abertos, destampados, ao redor do claustro. Voltam a ser o que sempre fora, isto é, pedra de grão grosseiro talhada a malhete e ponteiro, apresenta-se ainda mais áspera, coisa que as máquinas de hoje conseguiriam da finura do usa e deita fora a uma rocha plutónica formada no início dos tempos dos magmas, em condições de temperatura únicas.
O pó dos que com pompa e circunstância repousaram naqueles sarcófagos, ele próprio perdeu a memória, indo a esmo pela cidade fora nas pontas das vassouras.

Ali está encostada cheia de verdete do musgo que se prende e afinca nos poros do granito que foi serrado naquelas potentes serrações mecânica para pedra. Se estivesse colocado do lado onde nasce o sol, como a Sé está orientada seguindo as leis da geometria da construção, ainda apanharia o sol do meio-dia ao ocaso. Mas não, está do lado poente onde a humidade da tarde se acoita vinda da neblina que demora a sair do Douro pela manhã, e só se espanta lá pelo meio-dia. A placa de granito não tem furos de fixação, nunca foi para a parede como foi a de mármore agora solidária a ela. Talvez nem fosse para ir para a parede.

Um dia destes, todo aquele claustro irá sofrer uma limpeza, um rearranjo para aquela exposição comemorativa a céu aberto. Levará a barrela devida, que de apoios ninguém é servido, e tudo será limpo. E enxaguado. A placa dupla sairá dali para se limpa a agulheta de água a alta pressão que levará para o bueiro o musgo que a cobrirá e o que resta da tinta negra nas gravações em baixo relevo, tudo para o encontro subterrâneo de outros escoadouros, direito ao rio e ao mar.
Ficará limpa e encostada a uma parede do estaleiro das limpezas, poiso provisório, à espera de outro destino. As obras continuarão, e na data de inauguração desse evento futuro teremos a ordem usada do “ fora de cena quem não é de cena”, e terminará a existência da memória do quarto e do quinto centenário que, com a devida permissão do Cabido, estava encostada à parede do lado ocidental do Claustro da Sé do Porto.
Ninguém mais se lembrará de tal coisa, com a memória esfumada há muito, pela poeira do Mundo.


Poluição noticiosa



São cada vez mais raras as notícias que podem ser aproveitadas.

É que se vive muito melhor sem ver ou ouvir os noticiários de hoje em dia, onde parece que os ditos jornalistas , desde as TVs aos auto intitulados jornais locais agora, também, on-line, trabalham à peça, por encomenda.
É que se o não é, parece !
Se assim for, a pobreza que lhes bateu à porta não tarda muito a ir dormir com eles na cama.