segunda-feira, setembro 09, 2019

Fazer chover no molhado



Fazer chover no molhado
Os fogos rurais e florestais têm como origem principal o abandono rural. Há mais pessoas a viver na cidade do que no campo, e mesmo muitos que vivem no chamado campo têm modos de vida citadinos, tais como por exemplo compram os legumes nas grandes nas grandes superfícies espalhadas por tudo quanto é cidadezinha e vila, isto porque até existe uma rede viária que a isso proporciona.
Haverá quem esteja disponível a deixar a cidade, mudar de vida e viver no campo?
Alguns o têm feito, mas a grande maioria não tem essa possibilidade, ou mesmo a vontade em mudar de vida. Depois o sistema financeiro acabou por capturar a maioria das pessoas, o que cortou a alguns poucos, que mesmo assim seriam muitos, a ter a tal vontade de mudar de vida.
Sabemos que as árvores descarbonizam o país. Mas não têm os citadinos as maiores responsabilidades nas emissões de carbono? Não será equitativo os que fazem de carbonizadores ajudarem a pagar a manutenção dessas mesmas fontes de descarbonização?
Limpar um hectare de terreno com árvores fica caro. Deverá ser feito de 4 em 4 anos, dependendo das árvores e do terreno. Exceptuando o eucalipto a madeira só fica disponível uma geração, na melhor das hipóteses, após plantio ou sementeira. Façam as contas a que preço deverá ter a madeira quando o velho produtor a vender, caso a plante em novo. A limpeza necessita de investimentos em equipamento adequado que estão sempre em inovação, e em indústrias de processos de utilização dos resíduos florestais em matéria-prima, tais como na produção de energia, ou na agricultura. Esta última, tal como a propriedade rural se encontra e que serviu no passado para o uso dos resíduos florestais, hoje já não serve, não é rentável, nem tem aplicabilidade.   
Agora vomitar leis de limpeza de florestas sem olhar à teimosa realidade, sem dar o verdadeiro preço à madeira sem a subvencionar, e isto das subvenções e subsídios é uma ladroeira como dizia o meu vizinho, o ti Chico da Canucha, sem investir a montante e a jusante, sem dar condições para que as pessoas venham para o campo e deixem a grande cidade, é uma estupidez, é fazer chover no molhado.
Nota: a floresta portuguesa está assim dividida em termos de proprietários.
- 85% Privados.
- 12% Baldios, Comunidades Locais (Compartes).
- 3% Estado.
(fonte: wikipédia)

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