O vento esteve horas e horas a puxar a chuva
e ela volta a cair lentamente, teimosamente húmida e fria, de céu forrado de
água até aos quatro cantos, desabando ritmada do lado dela, empoçando água ao
redor do Monte do Cabeço. Uma friagem rói os ossos e torna a lenta chuva em
muita água, tanta que não há grão de areia que não esteja molhado até ao Quinto
dos Infernos. Chove há muito no Monte do Cabeço e em redor dele. Chove no mundo
todo quando o céu e a terra se fundem em água.
(Manuel Ribeiro, Os Caminhos do Santuário)
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