Todo o areal, daqui do Monte
do Cabeço até ao mar, estremece debaixo da forte chuva batida por uma trovoada
que larga e queima enxofre, rasgando o ar abafado da noite quente de Maio. As
fortes gotas de água caem como ovos de passarinho tombados do ninho do alto
pinheiro desfazendo-se em chapadas, laradas de água ao baterem no chão de
areia. Um cheiro a terra levanta-se no ar ao encontro do cheiro a queimo
relampejado que vem de cima.
(Manuel Ribeiro, Os Caminhos do Santuário)
Sem comentários:
Enviar um comentário