quinta-feira, junho 30, 2016

Mais simples e talvez mais livres




15 de Março de 2016

Estou no parque de estacionamento de complexo fabril à espera que se atinja a hora da reunião previamente agendada. A chuva bate ritmada, obedecendo ao maestro vento, que ora a engorda ora a emagrece, mostrado pelo esborrachar das gotas no vidro do carro, e escorrendo por este viscosas como azeite, distorcendo a vista da malha da rede que cerca e veda o parque vigiado pelas câmaras de vídeo a partir de uma central algures.
Vivemos vigiados e aceitamos isso como cordeiros num redil, onde as baias electrónicas nos guiam os passos.
Lembro este mesmo espaço, agora todo arranjado em urbanismo de estacionamento, ainda em terra batida, sem marcas no chão, sem relva aparada, sem árvores e sem qualquer tipo de vedação, mas isto era quando as coisas eram mais fáceis, mais simples e talvez mais livres.

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