15 de Março de 2016
Estou no parque de estacionamento de complexo fabril à
espera que se atinja a hora da reunião previamente agendada. A chuva bate
ritmada, obedecendo ao maestro vento, que ora a engorda ora a emagrece, mostrado pelo
esborrachar das gotas no vidro do carro, e escorrendo por este viscosas como
azeite, distorcendo a vista da malha da rede que cerca e veda o parque
vigiado pelas câmaras de vídeo a partir de uma central algures.
Vivemos vigiados e aceitamos isso como cordeiros num redil,
onde as baias electrónicas nos guiam os passos.
Lembro este mesmo espaço, agora todo arranjado em
urbanismo de estacionamento, ainda em terra batida, sem marcas no chão, sem
relva aparada, sem árvores e sem qualquer tipo de vedação, mas isto era quando
as coisas eram mais fáceis, mais simples e talvez mais livres.
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