quando a tarde morria
era no cais, quando a
tarde morria, o velho cata
névoa de olhos
espetados no céu, tinha a face
coada de rugas e os
lábios de cor púrpura. era no
cais, quando a tarde
morria. de cachimbo na
boca, acenando, o velho
entreviu a sereia,
despejada das ondas,
estendida na areia, da
maré. era no cais,
quando a tarde morria. os
olhos do velho
inundavam a sereia. e os ventos,
escultores mareiros, moldavam-lhe o vestido ao
esplendor dos seios…
António Canteiro
o silêncio solar das
manhãs
Poema tirado da obra
galardoada com o prémio nacional de poesia Sebastião da Gama 2013
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