sexta-feira, julho 26, 2013

Décadas de prazer gandarês


Décadas de prazer gandarês.

- Aeroporto.

- Marina na Levadia.

- Hotel de 6 estrelas.

- Golfe.

- Piscinas (houve quem falasse que seriam de água salgada).

- Oficinas de aviões.

- Karting.

- Fábrica de biodiesel.

- Placas indicadoras da localização das casas de banho públicas.

 

 

segunda-feira, julho 22, 2013

Para o caso tanto faz

"No desmedido caixão,
 grande senhor ali jaz.
 Pupilo de Satanás?
 Alma pura, de eleição?
 Dom Afonso ou Dom João?
 Para o caso tanto faz."
(António Gedeão)

quinta-feira, julho 18, 2013

Não quero salvadores nem a salvação

Estou farto de canalhices e de filhos da puta!
Não quero salvadores nem a salvação!

segunda-feira, julho 08, 2013

O aplauso

      

O aplauso


Nos Jerónimos, foi como um aplauso de fim de regime. De regime a quem já só resta o medo do fim e a ilusão de o evitar.
Tudo na cerimónia dos Jerónimos soava a falsa inocência e a um falso desejo de redenção. Como se todos tivessem ido pedir a Deus que fizesse desaparecer a última semana.
Quando descem à terra, os governantes já estão habituados a ouvir vaias e apupos.
Mas domingo, na casa de Deus, o aplauso substituiu a vaia. Para conforto do Presidente da República, Cavaco Silva e do primeiro-ministro, Passos Coelho. Mas não do apontado vice-primeiro ministro, Paulo Portas. Para ele, apenas silêncio.
Sendo que silêncio foi tudo o que os elementos da trindade que nos governa tiveram para dar aos tristes que governam à saída da Entrada Solene do novo Patriarca de Lisboa, domingo, no Mosteiro dos Jerónimos.
Nem uma palavrinha de consolo para a caixa das esmolas dos repórteres.  Mesmo depois do reconfortante e vigoroso aplauso ouvido sob a abóbada do mosteiro onde os pares da república marcaram presença para ouvir D. Manuel Clemente.
Parecia que Deus tinha decidido dar refúgio aos desembestados governantes que tinham passado a semana anterior em sonoras e pueris dissensões, bem como ao Presidente que depois de atraiçoado pelos ditos governantes os forçou a manterem-se juntos.
E o agora D. Manuel III dedicou à crise esta sentença: “A concórdia começa nos corações, quando ninguém desiste de ninguém, seja em que campo for.”
Mas, como dizia o poeta inglês John Milton, “É melhor reinar no Inferno do que servir no céu”.
E os passos e os gestos dos homens do poder nas naves da igreja de Santa Maria de Belém denunciavam que o inferno da semana que passou estava mais presente nos corações de Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas do que a concórdia que estava nas palavras de D. Manuel III.
Deus não aplacou o inferno da crise política nem os homens que a provocaram se livraram da culpa por comparecerem, servis e submissos, na primeira missa solene do novo patriarca.
Não, não foi a Igreja nem D. Manuel Clemente quem se serviu dos políticos, domingo, nos Jerónimos. Foram os políticos que, pelo exagero e pela forma ostensiva com que se apresentaram quiseram fazer constar que Deus estava com eles – e por isso as chagas da crise iam passar.
Parafraseando São Paulo e a epístola aos romanos, terão perguntado: Se Deus está connosco, quem estará contra nós?
Temível, a linguagem dos gestos falou mais alto do que os silêncios. As câmaras de televisão e dos fotojornalistas revelaram como o inferno no coração da coligação, que se afirma a si própria como sólida, confiança e pronta a durar.
Veja-se a imagem de Passos Coelho dentro da igreja, depois da ovação. Cumprimenta efusivamente alguns convidados (entre os quais Maria Barroso) sem olhar para o homem que designou vice-primeiro ministro. É Paulo Portas quem faz um ligeiro gesto e só então recebe um cumprimento seco do primeiro-ministro.
No sábado, no momento do anúncio do novo acordo de governo, o cenário fora o mesmo. Nem um aperto de mão selou a renovada concórdia. Nem um olhar. Apenas um toque de Portas em Passos, ao qual este mal reage. Durante a leitura do documento conjunto, mal se olham.
Passos e Portas nos Jerónimos
Regresso aos Jerónimos e à fotografia de Nuno Ferreira Santos, capa do PÚBLICO: aí sobressai o sorriso de Portas para Passos, com o sorriso de quem tem um brinquedo novo (o brinquedo é a política económica, as relações com a troika e a reforma do Estado) enquanto Cavaco, o Presidente, está em primeiro plano, mas desfocado, a aplaudir.
Ao lado de passos, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, contempla a cena. Durante a cerimónia será filmada a trocar impressões com o primeiro-ministro, que lhe responde com uma expressão de alívio.
Voltando a Paulo, (a São Paulo), e à Epístola aos Romanos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
Não sendo certo de que lado está Deus, parece certo que quem está contra o governo é o próprio governo.
E o aplauso? Porquê o aplauso que, como num circo romano, designou como vencedores do dia o Presidente e o primeiro-ministro e o omitiu o suposto vice primeiro-ministro, que os analistas e comentadores dão como vencedor desta contenda?
Afinal de contas, quem estava por eles? Por que aplaudiram?
Talvez por estarem dominados pelo medo. Pelo medo do colapso. E por terem visto nos homens que “salvaram” a coligação e com isso evitaram uma catástrofe. Terão demonizado, por omissão, o Paulo Portas que solícito, beijava a mão do novo cardeal.
Foi como um aplauso de fim de regime. De regime a quem já só resta o medo do fim e a ilusão de o evitar. Talvez seja um medo exagerado. Ou talvez o medo exagerado precipite o salto para o vazio.
Tudo na cerimónia dos Jerónimos soava a falsa inocência e a um falso desejo de redenção. Como se todos tivessem ido pedir a Deus que fizesse desaparecer a última semana. O beijo de Maria a Cavaco, que o Presidente recebe com surpresa, os apertos de mão forçados, os sorrisos, os olhares que se desviam, os guiões da cerimónia transformados em abanicos…
Um teatro do absurdo com uma missa em pano de fundo e as paredes grossas de um mosteiro que não deixaram entrar o calor mas conservaram a realidade do lado de fora.
Ali um regime e um governo tiveram a ilusão de existir. E, como noutros tempos, foram pedir a Deus a legitimação que perderam.
Um aplauso fez-se ouvir. Mas não era Deus. Era o medo.
http://www.publico.pt/politica/noticia/o-aplauso-1599605
 

domingo, julho 07, 2013

Nada pode ser pior

PEDRO MARQUES LOPES

Voando sobre um ninho de cucos parte II
por PEDRO MARQUES LOPESOntem28 comentários
1. Esta semana deu vontade de gritar a alguns políticos: "olhem que as pessoas estão a ver", "não vêem que as lesões que estão a provocar são, elas sim, irrevogáveis". Não por eles, não para evitar que as pessoas vejam a politiquice de baixo nível, a sua pequenez, as mentiras, as vergonhosas contradições.
Não, por todos nós. Nunca como hoje estamos tão precisados de gente que interprete o sentir do povo, que entenda o politicamente possível, que saiba o significado da palavra comunidade. Nunca precisámos tanto de políticos e de razões para neles confiarmos e nunca como nesta semana tantos políticos e com tantas responsabilidades fizeram tanto por lhe perdermos o respeito.
Não é um Governo que está em causa, nem umas eleições. É a democracia que põem em causa com esta vergonhosa conduta.
2. O homem que apontava o caminho, o homem que tinha a solução, o homem que representava a troika, o homem que de facto liderava o País foi-se embora. Humilde, pela primeira vez, reconheceu na sua carta de demissão o que muitos há tanto tempo gritam: o plano não resulta. Correu tudo mal. Nem ele, mestre na arte da utilização do Excel, exímio malabarista do uso da meia verdade, conseguia esconder mais o absoluto fracasso. Vítor Gaspar saiu tarde e a más horas pela porta pequena, deixando um país arrasado e em muito piores condições do que aquele que encontrou.
O primeiro-ministro, claro está, ainda não percebeu nada. É até capaz de pensar que está tudo correr às mil maravilhas.
Os portugueses estão a ser vítimas do mais letal dos cocktails: gente incompetente e irresponsável a executar um programa suicida
 
A loucura pode estar definitivamente instalada e o Governo pode continuar a fingir que está em funções mas não passará da continuação duma criminosa ilusão. Não existirá português que leve o Governo a sério. Nada pode ser pior.
3. Se Miguel Sousa Tavares arriscou ser julgado por ter chamado palhaço a Cavaco Silva, por maioria de razão o Presidente devia ter também denunciado Passos Coelho e Portas ao Ministério Público. Deixar Cavaco falar sobre a solidez do Governo lançando até um desafio aos partidos da oposição para actuarem na Assembleia da República e fazê-lo passar pela cena circense de dar posse a uma ministra quando o Governo já estava em pleno colapso foi um insulto bem maior.
Digamos que o Presidente se pôs a jeito. A derrota colossal da sua estratégia e a humilhação pública a que foi sujeito são da sua inteira responsabilidade. Claro que Passos não se iria maçar a explicar-lhe o que quer que fosse. Claro que Portas nem pensou em avisar Cavaco de que se ia embora. Não aguentou Cavaco todos os disparates da governação? Não se tornou o maior aliado do Governo, prescindindo do seu papel de árbitro do sistema? Não era claro para todos que podia Cristo descer à Terra que Cavaco não destituiria o Governo? Quem não se dá ao respeito acaba sempre por ser desrespeitado.
4. Mas na noite de sexta-feira Passos e Portas, depois de terem estado toda a semana dedicados a acabar duma vez por todas com o Governo, descobrem a solução. Vamos todos fingir que estes dois anos nunca aconteceram, que a carta de Portas foi a brincar, que Gaspar estava só ressabiado, que se pode dar um jeitinho nas políticas. Agora é que vai ser.
Mas será que Cavaco está tão cego ou tão aterrado que ainda vai acreditar em quem o traiu de forma tão evidente? Será que não sabe que este Governo não passa dum cadáver e nada nem ninguém o pode ressuscitar? Será que acredita que um Governo liderado por Passos Coelho depois da vergonha desta semana tem condições políticas para apresentar um Orçamento do Estado? Será que pensa que o povo aceitará que gente que leva a palco este patético espectáculo pode cortar 4700 milhões de euros ou fazer uma reforma de Estado? Será que não percebe que é o Governo a fonte de toda a instabilidade? Será o Presidente da República ou um simples cidadão capaz de acreditar em Paulo Portas se ele ficar no Governo depois de ele ter dito que a sua decisão de sair era irrevogável, que ficar seria um acto de dissimulação, que não era politicamente sustentável ficar no Executivo? Será que ele aceita a óbvia chantagem de que está a ser alvo pelos partidos da coligação?

UHF - Vernáculo


As mil virtudes de se ser mandado às urtigas - JN

As mil virtudes de se ser mandado às urtigas - JN
É um alimento rico e com propriedades medicinais, pode ser fiada como o linho, transformada em papel ou adubo, usada como afrodisíaco, fonte de calor ou corante de tecidos... A lista de utilidades da urtiga, antigas ou descobertas há pouco, nunca mais acaba. Apesar das muitas conotações negativas, vai colhendo o nome de "mil virtudes" e, em Fornos de Algodres, a confraria está a investigar os diferentes campos em que pode ser usada, agora com a ajuda da Faculdade de Farmácia de Coimbra.
Um é o alimentar, diz o grão-mestre António Paraíso. A confraria desafiou Jorge Possidónio, talhante e produtor de enchidos de Fornos, a fabricar alheiras de urtiga, de sabor característico, com um fim de boca algo picante. O resultado foi tão positivo que está a ser patenteada. "Tem imensa saída, até já fomos contactados por grandes superfícies", diz Possidónio.
Aos 46 anos, António Paraíso, funcionário dos serviços prisionais e de reinserção, rendeu-se à urtiga (ou ortiga, ambas estão corretas). "Faz bem a tudo", resume. O grão--mestre começou a calçar as botas e ir para o campo por causa dos cogumelos. O interesse alargou-se à etnobotânicas, para estudar a presença de plantas na vida das pessoas, e rapidamente a urtiga destacou-se.
Sem medo do mau nome
António Paraíso quer divulgar a planta o mais possível e não se deixa influenciar pelas muitas conotações negativas da urtiga, até na Bíblia. "Pelo contrário, noto que as pessoas ficam curiosas e querem experimentar", diz. É assim que quer convencer os restaurantes da região a incorporar a planta nas ementas, desde a entrada, como uma pasta de urtiga, até à sobremesa (como pasteis de nata de urtiga ou queijo da serra verde.
As crianças já estão convencidas. No ano passado, a escola de Fornos ganhou primeiro prémio no concurso de empreendedorismo jovem da Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela. O projeto foi um pão de urtiga, o Urtipão.
 

sexta-feira, julho 05, 2013

Descalabro

Marta Ribeiro
continuamos todos nesta letargia movida a dias soalheiros de grande calor a assistir à decomposição de um estado social já moribundo, governados por garotos autênticos.... Formatados desde imberbes e cheios de si quando têm poder... Cambada de tecnocratas privilegiados que não medem as consequências dos seus actos. Mais um PR que continua a saga de incapacidade, imbecilidade e estupor que já o caracteriza desde o tempo em que engripado evitava decisões...

Gosto · · há 3 horas através de telemóvel ·

quinta-feira, julho 04, 2013

Assim está o Sr. Coelho

Marchinhas de Carnaval


Daqui não saio!
Daqui ninguém me tira!
Onde é que eu vou morar?
O senhor tem paciência de esperar!

 

terça-feira, julho 02, 2013