quinta-feira, junho 27, 2013

Nada será como se possa imaginar


 

Tudo muda a uma velocidade vertiginosa, onde os paladinos da mudança se têm enganado nas suas previsões. Países como o Brasil, onde o chamado crescimento daria para tudo, nos mostram que o crescimento pelo crescimento não é o caminho para a vivência de hoje um objectivo satisfatório. Até em locais do mundo como a China, esse crescimento dá sinais de abrandamento. As últimas manifestações na Turquia são o exemplo de posições bem diferentes entre as políticas com esta base ideológica, apoiada nos sectores que clamam pela velha ordem, a deles claro, que até é apoiada pelos religiosos.

É a fé no novo deus financeiro, desta religião do crescimento para os amanhãs que cantam de diversas formas, quer seja no consumo, quer seja na busca da felicidade financeira, com os seus apóstolos, transmitem a boa nova por todas as vias e meios. Já não irão arrasar os hereges, nem os queimar em autos de fé, mas lançam no fogo da exclusão os tais cerca de 25% que não têm qualquer utilidade ao sistema, com danos colaterais elevados por arrasto na ecologia económica. 

A crise da fé já não é só da religião, é também uma crise de fé do salvífico mercado. Uma crise global de raízes tão profundas que todas as desculpas, desde a financeira, da dívida pública e privada, gorduras e magrezas estatais, despesismos e poupanças, tudo aponta para o engordar de um sistema endeusado que ninguém viu, vê e verá, enquanto os políticos, direi todos sem excepção, apresentam soluções que fingem saber como certeiras, como se fossem a navegar suportados pelo GPS.

Viva a descrença!

Naveguemos à vista, usemos as estrelas como mapa desse livro aberto que a poluição luminosa nos impede de ver.

 

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