Tudo muda a uma velocidade vertiginosa, onde os paladinos da
mudança se têm enganado nas suas previsões. Países como o Brasil, onde o
chamado crescimento daria para tudo, nos mostram que o crescimento pelo
crescimento não é o caminho para a vivência de hoje um objectivo satisfatório.
Até em locais do mundo como a China, esse crescimento dá sinais de
abrandamento. As últimas manifestações na Turquia são o exemplo de posições bem
diferentes entre as políticas com esta base ideológica, apoiada nos sectores
que clamam pela velha ordem, a deles claro, que até é apoiada pelos religiosos.
É a fé no novo deus financeiro, desta religião do
crescimento para os amanhãs que cantam de diversas formas, quer seja no
consumo, quer seja na busca da felicidade financeira, com os seus apóstolos,
transmitem a boa nova por todas as vias e meios. Já não irão arrasar os
hereges, nem os queimar em autos de fé, mas lançam no fogo da exclusão os tais
cerca de 25% que não têm qualquer utilidade ao sistema, com danos colaterais
elevados por arrasto na ecologia económica.
A crise da fé já não é só da religião, é também uma crise de
fé do salvífico mercado. Uma crise global de raízes tão profundas que todas as
desculpas, desde a financeira, da dívida pública e privada, gorduras e magrezas
estatais, despesismos e poupanças, tudo aponta para o engordar de um sistema
endeusado que ninguém viu, vê e verá, enquanto os políticos, direi todos sem
excepção, apresentam soluções que fingem saber como certeiras, como se fossem a
navegar suportados pelo GPS.
Viva a descrença!
Naveguemos à vista, usemos as estrelas como mapa desse livro
aberto que a poluição luminosa nos impede de ver.
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