sábado, junho 30, 2012

Olhando de cima da ponte

Eu também lá estive, para homenagiar o Zeca e o Adriano. SÓ PARA ISSO!



Volume do evento: cerca de 40.000 Euros.
Valor do IVA cobrado: cerca de 5.200 Euros.

sexta-feira, junho 29, 2012

Paganismo aplicado




A flor dos martírios do Senhor

Antigamente, quando a imaginação fluía a rodos, os padres nas suas pregações chamavam à for do maracujá a flor dos martírios do Senhor.

As 10 pétalas brancas seriam os 10 mandamentos. Como bem podemos imaginar lá está o esplendor da hóstia, as cinco chagas de Cristo e a santíssima Trindade.

Eis um exemplo do paganismo aplicado

O luxo da simplicidade


... … Sinto uma não esperança à minha volta. Parece que anda tudo louco, sem rumo aparente, quer para o colectivo, quer perigosamente para as vidas pessoais.

É a simplicidade que nos liberta. A simplicidade! Sim, a simplicidade é um estágio difícil de atingir, o luxo contrário ao luxo da decadência. ………

terça-feira, junho 26, 2012

Em 1974, Arthur Laffer terá desenhado num guardanapo de papel uma curva que se tornou um dos pilares da ideologia económica de direita nos anos 1980 (na imagem). A maioria dos economistas ridicularizaram, na altura, as políticas que assentavam nesta curva. Mas hoje, esta ideia contém um aviso poderoso para as finanças públicas portuguesas.
No desenho de Laffer, no eixo horizontal está a taxa de imposto e no eixo vertical as receitas cobradas. Inicialmente, subir a taxa de imposto traduz-se em mais receita. A curva sobe, mas cada 1% de aumento de imposto leva a um aumento da receita inferior a 1%. Quando os impostos sobem, a atividade económica contrai-se por várias razões. O trabalhador liberal vai estar menos inclinado a trabalhar uma hora a mais se sabe que o rendimento adicional depois de impostos é menor.
O jovem à procura de primeiro emprego vai ter menos pressa e empenho na busca se sabe que o espera um salário líquido mais pequeno. As empresas vão pensar duas vezes antes de investir num projeto novo com um retorno que não compense os impostos mais altos. Os consumidores vão comprar menos bens se o IVA torna os produtos mais caros. E, muito relevante em países como Portugal, quando as taxas de imposto sobem, aumenta a evasão fiscal.
Quanto mais os impostos sobem, maiores são estes efeitos. A partir de determinada altura, a redução na atividade económica com a subida dos impostos é tão grande que chegamos ao pico da curva de Laffer: a receita máxima que o Estado consegue cobrar. À direita deste ponto, aumentos de impostos contraem tanto a economia que a receita cai.
Quase todos os economistas concordam com esta descrição de uma relação entre as taxas de impostos e a receita fiscal. A curva de Laffer, em si, é consensual. O que foi muito controverso foi afirmar que os EUA no final dos anos 70 estavam à direita do pico da curva de Laffer. Convencido, Ronald Reagan cortou os impostos em 1981, esperando com isso aumentar a receita fiscal e cortar o défice. Mas qualquer investigador imparcial que olhasse para os dados concluiria que os EUA estavam muito à esquerda do pico. Como previram, o corte de impostos baixou as receitas e levou a um défice ainda maior.
Avançando 30 anos, vejam o que se passou na Grécia nos últimos dois anos e meio. O governo grego subiu quase todos os impostos. A receita praticamente não mexeu. Não só a economia grega se contraiu, como o Estado grego se viu incapaz de cobrar impostos aos cidadãos, que fugiram ao fisco em massa.
Os números da execução orçamental em Portugal nos últimos 12 meses têm sido sempre desapontantes. Subiram as taxas de imposto sobre o consumo, os rendimentos foram taxados de várias formas e os funcionários públicos viram parte dos seus salários confiscados. No entanto, a receita fiscal só aumentou modestamente. Portugal provavelmente não está à direita do pico da curva de Laffer. Mas está de certeza muito perto deste pico. A economia portuguesa simplesmente não aguenta mais impostos.


Por Ricardo Reis
Professor de Economia na Universidade de Columbia, Nova Iorque
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO040980.html

quarta-feira, junho 20, 2012

Solstício de Junho no Escoural no ano de 2012

Solstício de Junho no Escoural no ano de 2012, uma pura convenção.

O sol teve hoje o seu final tanto a norte, que eu nem imaginaria que tanto fosse, se não fosse este viver acumulado de 53 anos. À noite imagino como teria sido o seu nascer hoje que não assisti às sete da manhã de hoje, quando saio de casa quási todos os dias.

A iluminação pública, a potente luz que polui todo o Escoural, e que pagamos aos chineses, hoje não consegue abafar a divindade solar, a luz vem do norte, vinda só hoje das Cochadas, coisa nunca vista.



terça-feira, junho 19, 2012

Partir é morrer um pouco

Coisas sem Xó nem Arre.





Um ex-primeiro-ministro grego pretendeu referendar a premanencia no Euro e isso lhe foi recusado pela Europa dos credores. Foi dar uma volta. Depois disso já houve 2 eleições num curto prazo.

Não devemos irritar os Mercados, disse Silva, o presidente da República.
As vacas continuam a sorrir. Devem estar loucas pela falta de boi, pois agora é tudo à base de inseminação artificial.

terça-feira, junho 12, 2012

Espiritualidade e religião ou economia e finanças?

Espiritualidade e religião ou economia e finanças?




Reunião importante com Cliente.

Importante pelo volume de negócio que vem desde o século passado, mercado, tecnologia incorporada e valor acrescentado.

Estes Cliente são pessoas, têm nome, conhecemo-nos há anos. Estão aqui comigo e com os meus colegas de trabalho para se inteirar com mais precisão como estamos, como nos colocamos perante os actuais e novos desafios, enfim, fazer um ponto de situação. Chamam-lhe auditoria, um nome pomposo.

O Cliente (as pessoas há muito conhecidas e nossos cúmplices de projectos conjunto vários) vem recolher os dados mais actualizados para apresentar aos futuros decisores da multinacional, pois a companhia está a mudar de dono.

O dono, uma sociedade financeira que comprou ao até agora dono, também uma sociedade financeira.

Vou à NET espreitar o sítio e lá está! Parceiros de Investimentos de capitais.

Quem são?

Basta clicar e lá está tudo escarrapachado, desde nomes elementos da equipa e respectivos curricula autenticados por milhões de dólares.

A página do sítio electrónico, tal qual o tradicional papel, aceita muito bem o que lá se escreve.

Vou trabalhar pois eu e os meus companheiros de trabalho, necessitamos do pão de cada dia. O compromisso com o Cliente (pessoas que conheço há anos) é o continuar da parceria de negócio.

Haja economia.

Como a religião abafou a espiritualidade, a finança está a abafar a economia. O novo e actual deus é o deus financeiro que se alimenta da economia, do nosso trabalho. Eis a razão do título desta mensagem.


segunda-feira, junho 04, 2012

Um ano depois


Por Tomás Vasques, publicado em 4 Jun 2012 - 03:00


É irrelevante falar hoje nas três falsidades em que assentou a estratégia de Passos Coelho e que lhe deram a vitória eleitoral, mas nunca é de mais relembrá-las

Há um ano – cumpre-se amanhã –, o PSD ganhou as eleições legislativas antecipadas, o que lhe permitiu formar governo, em coligação com o CDS-PP. É irrelevante falar hoje nas três falsidades em que assentou a estratégia de Passos Coelho e que lhe deram a vitória eleitoral, mas nunca é de mais relembrá-las: 1) votar contra o PEC IV, fundamentando a rejeição na “extrema violência contra os portugueses” das medidas aí propostas; 2) forçar, com essa rejeição, o pedido de intervenção financeira externa, escondendo que era a única oportunidade de poder executar o programa do PSD a coberto da execução do acordo com a troika; 3) fazer uma campanha eleitoral “cor-de-rosa”, contra o despesismo do Estado e pelo bem-estar dos cidadãos, cujo paradigma foi a resposta a uma jovem estudante sobre a intenção de cortes nos subsídios de férias e de Natal - “um disparate”. É evidente que estas três falsidades assentaram que nem luva no contexto: José Sócrates estava esgotado, pessoal e politicamente, arrastando consigo o PS; o PCP, que pouco mais representa do que um adorno na lapela da nossa democracia - eleitoralmente, não aquece, nem arrefece – está sempre a sonhar, desde Novembro de 1975, com uma “grande vitória eleitoral dos comunistas”; e só a cegueira política e a ambição pessoal de Francisco Louçã, que é ao mesmo tempo, o herói e o coveiro do Bloco de Esquerda, o levaram a pensar que a derrota eleitoral do PS corresponderia à ascensão da extrema-esquerda. Tudo somado, permitiu que o PCP e o BE contribuíssem para a concretização do projecto de poder deste PSD.



Passado um ano de governo de Direita, o quadro do país é desolador e a piorar dia a dia. O que o PSD quer para Portugal conduz-nos inevitavelmente à ruína. E todos os indicadores o comprovam. As receitas do Estado diminuem consideravelmente, apesar do drástico aumento de impostos, enquanto as despesas do Estado aumentam (e já ninguém se lembra daquela “história” das poupanças nos gastos “intermédios”); os prejuízos das empresas do Estado duplicam em relação a igual período do ano passado – duplicam, sublinhe-se -, ora pela quebra de receita, ora pelo aumento dos encargos financeiros; o desemprego atinge níveis socialmente insustentáveis; os salários dos portugueses (mais de 60% dos portugueses que trabalham por conta de outrem ganha menos de 900 euros) são reduzidos significativamente; o consumo cai a pique e a economia definha, o endividamento externo cresce, enquanto o cumprimento das metas do deficit orçamental são cada vez mais uma miragem. Exactamente o contrário dos objectivos que o governo se propunha atingir. Como disse há dias a insuspeita Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas, estamos a caminho do “terceiro mundo, ou mesmo do quarto”. Não há, neste percurso, incompetência ou impreparação. A destruição da economia portuguesa e o empobrecimento dos portugueses fazem parte de um plano gizado em Berlim, pela senhora Merkel, e que, entre nós, tem em Passos Coelho um dos seus mais fiéis seguidores, cujo alinhamento com a Alemanha, na última Cimeira europeia informal, roçou um servilismo que só estávamos habituados a ver nos dirigentes do PCP, em relação à antiga União Soviética, quando lhes chamavam “o Sol da Terra”.



Podíamos ainda, crédulos e benevolentes, aceitar o empobrecimento em curso, como parte da “expiação” dos nossos “pecados”, sobretudo por termos “vivido muitos anos acima das nossas possibilidades”, como nos dizem o governo e os seus mensageiros. Mas, para que isso acontecesse, era necessário que o governo se comportasse à altura dos sacrifícios que impõe à maioria dos portugueses. O que não acontece, antes pelo contrário. O governo não diminui as despesas do Estado em serventias e mordomias e continua a viver acima das nossas possibilidades. É ver, por todos, o exemplo de António Borges, a quem o governo paga, com o dinheiro dos contribuintes, 25 mil euros por mês, para o aconselhamento sobre as privatizações. O mesmo senhor que, sem pingo de vergonha, qual abutre sobre a presa, diz que é urgente diminuir ainda mais os salários dos portugueses. Dos portugueses que já vivem na miséria, já se sabe. Em menos de um ano, percebeu-se que chegar de mota à tomada de posse ou viajar de avião em classe turística faziam parte de uma rábula bem urdida.



Jurista, escreve à segunda-feira