BALADA DOS AFLITOS
Irmãos humanos tão desamparados
a luz que nos guiava já não guia
somos pessoas - dizeis - e não mercados
este por certo não é tempo de poesia
gostaria de vos dar outros recados
com pão e vinho e menos mais valia.
Irmãos meus que passais um mau bocado
e não tendes sequer a fantasia
de sonhar outro tempo e outro lado
lcomo António digo adeus a Alexandria
desconcerto do mundo tão mudado
tão diferente daquilo que se queria.
Talvez Deus esteja a ser crucificado
neste reino onde tudo se avalia
irmãos meus sem valor acrescentado
rogai por nós Senhora da Agonia
irmãos meus a quem tudo é recusado
talvez o poema traga um novo dia.
Rogai por nós Senhora dos Aflitos
em cada dia em terra naufragados
mão invisível nos tem aqui proscritos
em nós mesmos perdidos e cercados
venham por nós os versos nunca escritos
irmãos humanos que não sois mercados.
(Manuel Alegre)
3 comentários:
Esse outro Manuel, o tal autor dessa salgalhada de palavras, é um imenso hipócrita...
E tu meu caro não sabes o que são palavras...vives mesmo desiludido com tudo que com confundes um poeta de uma dor de cotovelo analfabetista...
Entendo que o tal poeta faz parte dos problemas e não das soluções! Também que o seu comportamento revela profunda hipocrisia! E felizmente, não padeço de analfabetismo! Obrigado pela preocupação comigo...
Enviar um comentário