Uma lição a tirar da história é que as guerras importantes podem surgir quando a globalização atinge um elevado grau de sofisticação, quando um império parece assegurar uma posição hegemonia, e quando o mundo passa muito tempo sem um conflito de grandes proporções. Como sabemos que a memória é curta, torna-se mais fácil imaginar um grande conflito, ou então começar com um. Dantes as crises financeiras atingiam de um modo geral investidores mais treinados, de maior traquejo, e elas ainda se iam ultrapassando. Agora com os investidores mais ingénuos e complacentes resultantes da democratização do capital e da propriedade com a política de recurso ao crédito e ao endividamento enredados na teia do ganho para gozo dos tubarões sem rosto, os tais mercados que andam nervosos, estão também emalhados os estados e suas finanças públicas, de forma tal, que assim a saída desta crise não se torna fácil, muito menos com os pressupostos desses mercados agora mais calmos, pois agora já não ouço falar do nervoso destes senhores.
Admito o engano neste meu raciocínio, mas iremos ver uma mudança significativa no tipo e modo de uso da propriedade. Após décadas e séculos de contínua democratização da mesma, teremos no futuro mudanças tão drásticas de posse desta, mudanças tão ou mais abruptas que as que sofremos nos finais do século 19 e início do século 20. E quanto estas ultimas foram no sentido da democratização da posse da propriedade, as próximas mudanças serão uma regressão na partilha da posse, uma nova espécie de ditadura, esta agora de sentido mais global.
Lamento apresentar este meu pessimismo, mas soluções apresentadas para problemas semelhantes que não deram bons resultados ali não os darão aqui, garantidamente.
Estupidez, como disse alguém que não conheço, é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados contrários aos obtidos inicialmente. Eu chamo estupidez ao acto praticado pelo estúpido que sistematicamente prejudica os outros e a ele próprio.
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