quarta-feira, abril 21, 2010

Um país de doidos (Post roubado)

Sabe quantos serviços de finanças há em Portugal? Cerca de 370. Sabem quantos há em Espanha? São apenas 70!
Sabe quantas juntas de freguesia tem o concelho de Lisboa? A capital do país onde há 521.678 eleitores inscritos conta com 53 freguesias. Sabem quantas freguesias tem Amarante que conta com 54.021 eleitores inscritos? Com menos de quarenta freguesias, algumas delas com pouco mais de trezentos eleitores. O concelho de Amarante quase rivaliza com a Assembleia da República em número de eleitos, neste país alguns dos presidentes de junta receberam menos votos do que a administração de alguns condomínios.
Sabem quantas consultas dava em média o SAP de Valença que levou muitos dos nossos nacionalistas da bola a içarem bandeiras espanholas num local onde muitos dos seus antepassados morreram a defender a independência nacional? Nada mais do que uma média de 1,7 doentes por noite, isto é, um médico e um enfermeiro para 1,7 consultas por noite, uma boa parte das quais não eram certamente urgentes.
Algum político da oposição ou os tais da cidadania que aparecem sempre que cheira a populismo discutiu os números? Não.
Este é um país de doidos, tesos mas doidos na hora de gastar o dinheiro dos contribuintes. Por estas bandas nada se racionaliza, tudo aumenta numa lógica que resulta da mistura do populismo mais idiota com o eleitoralismo pacóvio. Aumentam as freguesias, aumentam os concelhos e na hora de falar em ordenamento há quem defenda a manutenção deste modelo anacrónico para em cima dele se instalar a regionalização.
Constroem-se novos hospitais porque as novas tecnologias da saúde assim o exigem, o orçamento da saúde cresce exponencialmente mas na hora de racionalizar o modelo todos, desde o Paulo Portas a Manuela Alegre, alimentam-se da ignorância para se oporem. OS modelos vão-se acumulando porque é impossível criar um novo modelo substituindo o anterior.
Os do norte querem as scut porque se dizem discriminados em relação aos do sul, os do Porto querem uma Casa da Música porque os de Lisboa têm o CCB, os do Algarve querem a Via do Infante à borla porque os das Beiras têm o mesmo benefício. É uma escalada idiota de argumentação estúpida de um país de loucos que estão convencidos de que devem ser os vizinhos que pagam a despesa.
Enquanto esta loucura colectiva se mantiver e for alimentada por políticos de baixo nível e sem escrúpulos na hora de conseguirem os votos necessários para assegurar privilégios duvido de que este país tenha concerto. Por este andar não vamos precisar de recorrer ao apoio da senhora Merkel ou do FMI, teremos de criar uma organização psiquiátrica nacional habilitada a tratar de países doidos.
Roubado ao Jumento. http://jumento.blogspot.com/

3 comentários:

Anónimo disse...

Salazar, que infelizmente conhecia bem este povo, só nomeava políticos e gestores já ricos e de boas famílias. Sabia perfeitamente que se assim não fosse roubariam até mais não.
Já os romanos diziam, "que povo primitivo é aquele que nem governa nem se deixa governar".
É o mesmo povo de agora. Não presta. Nunca prestou. Sempre foi primitivo e só soube saquear e fugir em toda a sua história. E como ela se repete teimosamente...

aspirante a tacho disse...

Voilá!!!
O país que temos é o reflexo do povo que somos/temos...
Qualquer bardamerdas é politico, desde que se movimente bem em jantaradas, e tenha um descaramento desmesurado... Depois, lá dentro, à que saquear o máximo que se puder... resultados, não interessam - é dinheiro público!

Nuno disse...

Caro Manuel,
é uma realidade amarga e lamentável, é uma prova que os erros da história sempre se repetem, não se aprende com o que por cá acontece, não se aprende com o que por lá acontece!

Para além do esgotamento do actual modelo "democrático", vê-se claramente nas escolhas das pessoas a sua "pouca" inteligência. Mas haverá alternativas? HÁ!

Em Portugal adoramos ser masoquistas, só assim nos sentimos "bem", parte do GRUPO, se não formos dos 6 milhões não somos portugueses, não somos saloios, não somos orgulhosos, não somos bem vindos? Mas que "porra"! Cada um pensa por si, e cada um deve lutar por um civismo inabalável!

Há muito que desisti de acreditar nas teorias do recém-falecido Levi Strauss, as pessoas são todas diferentes, todas contribuem de maneira diferente para a sociedade, e há quem não contribua, e que apenas se aproveite da honestidade, boa vontade e contribuição dos outros, nesse caso sou defensor que essas pessoas não devem viver em sociedade, devem ser afastadas simplesmente.

Mas porque continuamos assim?, um povo que já fez tanta coisa e que deu tanta contribuição para a humanidade (incluíndo as mulatas). É preciso termos um punhado de almas que são mesmo muito boas para conseguirmos vingar, e é o que tem acontecido. Só não acontece mais e não nos tornamos numa referência mundial porque temos uma "classe" (que mal empregada esta palavra aqui) política de qualidade questionável, temos um sistema de inJustiça horrível, que não castiga quem deve, que se arrasta que nem cadáver nauseabundo por becos escuros e sombrios. Ora aí está algo que ninguém quer mudar, o sistema de inJustiça que tantas alegrias dá aos ricos e poderosos, onde se ignoram crimes que dariam prisão perpétua, para não falar de pior.

Há necessidade de uma mudança drástica de paradigma, que não se apaguem as vozes humildes e inteligentes, e que a esperteza saloia seja humilhada, que se dê lugar ao civismo, e se necessário, que nos tornemos numa sociedade fria, mas respeitadora, uma sociedade direita, aberta e sobretudo, que se premeie o trabalho, o civismo, o mérito! Que se premeie a sensatez!

Enquanto as pessoas não usarem mais de 1% do seu cérebro, não escolham pelo simples, pelo corrupto instituído, pelos 6 milhões ou pelos bons falantes com promessas vazias mas palavras bonitas, pensem! Criem, ousem, todos somos diferentes, a maioria de nós passa por esta vida sem demonstrar um mínimo de inteligência individual, como poderão contribuir para a inteligência colectiva?

Tudo o que ouço, tudo o que vejo, não esqueço!