«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
Com promessas aos montões de ilusionismo a fazer ganharam as eleições para continuarem no poder os velhos donos do Couto que se chamam de sociais sem darem quaisquer sinais de calo algum em qualquer mão ou unhas dos dedos sujas pois que há muito sabão para lavar a boca a quem fala essa gente que não se cala e que anda arredada do poder que pertence só aos homens de Deus claro que não dos seus os que andam nessa dança eles são gente de confiança até nos conhecimentos para não falar nos acontecimentos que dominam e controlam mesmo quando lhe falam de uma qualquer revolta entre as gentes correm com copos de vinho e charangas enquanto enfeitam as cangas da formosa gente do povo o velho passa a ser novo e até o orago protector com setas no peito sorri tanta santidade eu nunca vi a ajoelhar e a bater no peito com promessas a preceito de dar trabalho e fazer justiça a comer broa com chouriça e a predicar com o exemplo no levantar das cortinas do palácio do Marquês são cem anos de honradez a varrer todo o pó à volta do pedestal com rotundas em roseiral nesta terra de país europeu democrata, livre e culto é assim que qualquer vulto sem ofensa ao nobre jumento faz sempre um juramento que esquece em poucos horas claro que se vêem melhoras dos carrões em que se passeiam engordam a olhos vistos dentro dos seus fatos bem talhados e canecos bem virados para o pacóvio impressionar também se faz acompanhar de estagiária boazona e charmosa de saltos altos e cheirosa a bater sola no corredor com o cu a abanar e a fazer furor agrada a vista a quem olha para as boas trancas e belos altares até de olhos esbugalhados ficares quando tal quadro te aparecer pois ninguém sabe o que ela anda a fazer por aqueles gabinetes ela gaba-se dos minetes eles das monumentais mamadas mas já andaram às cornadas por mais do que uma vez no palácio do Marquês um veio de fora empurrado refugiado disciplinar veio para aqui parar em escolha de borralho pois ele teve muito trabalho na multiplicação dos lotes outro agarra-se aos potes cresce e não sai do chão ela pinta as unhas da mão é senhora que se preza vai sempre à missa e reza para povo impressionar já que não pode habitar em condomínio fechado bem longe deste fossado ou em grande palacete no meio do eucaliptal que a lavoura não vai mal pois tudo justifica o que este romance não explica onde é que eles limpam os pés no palácio do Marquês
1 comentário:
«Romance de cegos»
(carnavalesco)
Com promessas aos montões
de ilusionismo a fazer
ganharam as eleições
para continuarem no poder
os velhos donos do Couto
que se chamam de sociais
sem darem quaisquer sinais
de calo algum em qualquer mão
ou unhas dos dedos sujas
pois que há muito sabão
para lavar a boca a quem fala
essa gente que não se cala
e que anda arredada do poder
que pertence só aos homens de Deus
claro que não dos seus
os que andam nessa dança
eles são gente de confiança
até nos conhecimentos
para não falar nos acontecimentos
que dominam e controlam
mesmo quando lhe falam
de uma qualquer revolta entre as gentes
correm com copos de vinho e charangas
enquanto enfeitam as cangas
da formosa gente do povo
o velho passa a ser novo
e até o orago protector
com setas no peito sorri
tanta santidade eu nunca vi
a ajoelhar e a bater no peito
com promessas a preceito
de dar trabalho e fazer justiça
a comer broa com chouriça
e a predicar com o exemplo
no levantar das cortinas
do palácio do Marquês
são cem anos de honradez
a varrer todo o pó
à volta do pedestal
com rotundas em roseiral
nesta terra de país europeu
democrata, livre e culto
é assim que qualquer vulto
sem ofensa ao nobre jumento
faz sempre um juramento
que esquece em poucos horas
claro que se vêem melhoras
dos carrões em que se passeiam
engordam a olhos vistos
dentro dos seus fatos bem talhados
e canecos bem virados
para o pacóvio impressionar
também se faz acompanhar
de estagiária boazona e charmosa
de saltos altos e cheirosa
a bater sola no corredor
com o cu a abanar e a fazer furor
agrada a vista a quem olha
para as boas trancas e belos altares
até de olhos esbugalhados ficares
quando tal quadro te aparecer
pois ninguém sabe o que ela anda a fazer
por aqueles gabinetes
ela gaba-se dos minetes
eles das monumentais mamadas
mas já andaram às cornadas
por mais do que uma vez
no palácio do Marquês
um veio de fora empurrado
refugiado disciplinar
veio para aqui parar
em escolha de borralho
pois ele teve muito trabalho
na multiplicação dos lotes
outro agarra-se aos potes
cresce e não sai do chão
ela pinta as unhas da mão
é senhora que se preza
vai sempre à missa e reza
para povo impressionar
já que não pode habitar
em condomínio fechado
bem longe deste fossado
ou em grande palacete
no meio do eucaliptal
que a lavoura não vai mal
pois tudo justifica
o que este romance não explica
onde é que eles limpam os pés
no palácio do Marquês
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