Os Clientes virão, na época de vir, quando ele ligar a forja. Virão para a entrega das ferramentas para consertar ou encomendar outras. Os clientes virão. Pagarão para o SanMiguel, quando receberem da terra o retorno do seu amanho. Da Terra e dos Astros que governam a Esfera, que nos dão as águas trazidas pelos ventos que a carregam e do sol que tudo emprenha. Pois assim é realmente a Terra que está no meio de tudo, onde está colocada de forma central e sublime. Assim está disposta no lugar de luta e confrontos titânicos entre os quatro elementos, corpos simples que se corrompem, alteram e geram. Pagarão como até aqui, antes do envio para o celeiro do Seminário as medidas das rendas das terras. Pagarão a maquia em dívida.
Naquele casebre da forja sobre o Cimo do Monte do Cabeço, há uma técnica qualquer de feitura do metal. Ali se deve fazer novos metais, novos metais fantásticos.
13 comentários:
Esta forja faz-me retornar à infância. Este era um dos apetrechos do meu imenso jardim escola, onde eu chegava a brincar ao fabrico de carros de bois. Do outro lado tinha o trabalho da madeira.
Gostaria de saber o local da fotografia.
A forja que conheço ainda funciona. E o fole...era um espectáculo.
Espero que o indivíduo que anda a ver a GANDARA pelo olho do cú não volte aqui a postar o seu comentario irreverente. Porque já toda a gente viu o dito cujo.
Esta história de encantar é sobre o Paço da Glória- Arcos Valdevez, onde roda parte da novela TVI "deixa-me que te leve".
É bonita para um avô contar a uma neta ou neto, que ficará certamente deliciado se por acaso acompanhar o enredo.
Eu até seu que o meu amigo MANEL fica embebecido com estas coisas!...
A construção do primeiro paço da Glória perde-se no tempo em que os galeões voltavam do Oriente carrega¬dos de ouro e pi¬men¬ta. Do dia para a noite os fidalgos passavam de remedia¬dos a nababos, e mandar fazer um paço condigno com as suas novas pos¬ses era o menos que se esperava deles.
D. Geral¬do Coutinho de Lima, senhor de Cochim - a primeira feitoria europeia da Índi¬a - e proprietário de duas naus, tinha recebido as terras da Glória por doação de D. Manuel I em 1515, começara a casa, mas viria a falecer com ela ainda nas paredes.
O seu primogénito, D. Fernando, seguiu as pegadas do pai. A ele se deve que em Cochim se tenha feito a primeira impresão de livros na Índia. Infe¬lizmente, no dia em que os carpin¬teiros terminavam o arca¬bouço do telhado, fulminou-o um ataque, dando corpo à lenda de que daí em diante todos os donos da Glória morreriam sem herdeiros.
Reza a crónica que essa pra¬ga lhe fora rogada por um judeu de Cochim, a quem ele tinha en¬ganado num negócio, e que até ao fim do mundo ela cairia sobre todos os que tocassem a propriedade.
O paço e os terrenos passaram então para um D. Afonso, parente afastado. Esse, para escapar ao mau destino, tinha-se dado ao trabalho de, por volta de 1635, viajar para Cochim, na certeza de que lhe não seria difícil encontrar um judeu no meio dos india¬nos e da meia centena de portugueses que lá haveria. Para sua surpresa, porém, nessa altura já os holandeses tinham conqui¬stado a feitoria, e nela não havia duas ou três famílias judi¬as, mas milha¬res, a maior comunidade judaica da Índia, for¬mada ali desde o século IV da era cristã.
Percorrendo o labirinto de ruas, seguindo pelos ribeiros e lagoas de Co¬chim, procurando por entre os templos india¬nos, as mesquit¬as e as igrejas, D. Afonso acabou por descobrir a sinagoga. Mas do homem que lhe interessava, nem rasto.
Passado ano e pico voltara para a Europa num galeão holandês, desembarcando em Vlissingen, onde pouco depois viria a falecer do tifo. Sem her¬deiros.
Deixadas ao abandono durante anos, as terras da Glória eram um matagal, e do paço inaca¬bado, que fora der¬ruin¬do aos poucos, restavam as cantarias. Na segunda metade do século 18, a grande praga de míldio que tinha assolado os vinhedos franceses, con¬tribuíra para uma súbita prosperidade das vinhas do Minho, e dessa altura data a construção do paço actual.
Porém, sobre quem o mandou fazer, ou quando, não há documentos. Fala-se de um nobre excêntrico, que por não ter mulher nem parentes, man¬tinha naquele deserto um grupo de músicos para lhe alegrar ¬as refeições. Fala-se de um pai louco, que encarcerava as filhas num subterrâneo, por temer que elas o desonras¬sem. Con¬ta-se de um galego, que fugira para ali por ter enri¬que¬cido, depois de ter feito com o diabo um pacto que o obriga¬va a co¬mer gente.
Ao certo nada se sabe, a não ser que a praga do judeu ainda surtia efeito, pois de novo ficaram as terras ao abandono e o solar meio arruin¬ado.
Comprou-o nessa altura um emigrante, que tinha voltado velho e cansado de Manaus, onde enriquecera durante o boom da borra¬cha. Sendo de opinião que, para a sua própria felicidade, ninguém precisa mais do que pão para a boca e uma cama para (continua)
(...continuado)
dormir, o homem mandara levantar só parte do que tinha caído. Para conforto dos seus oitenta anos juntara-se com uma rapariga de dezoito, filha do caseiro.
Como era de esperar, a união não deu fruto. No começo do século XX, o novamente abandonado e meio derruído edifício passou para as mãos do filho de um lavrador abastado de Ponte de Lima. O rapaz, que tinha inclinações românticas, e nen¬huma intenção de mourejar no amanho da terra, dedicou-se uns tempos à pintura. Mas pelos jeitos depressa se aborreceu da arte. Em 1907 decidiu partir para Filadélfia, onde o seu char¬me conquistou o coração de uma viúva. Não uma qual¬quer, mas a viúva de John Batterson Stetson, o famoso inventor e fabri¬cante do cha¬péu do mesmo nome, que um ano antes tinha entregue a alma a Deus.
O pintor deve ter efabulado para a viúva sobre o palácio que possuía em Portugal, e a americana provavelmente se entusi¬asmou, e quis visitar esse domínio exótico. Só que no dia em que aparece¬ram ambos na Glória ela não deve ter gosta¬do do que viu, porque logo anunciou que partia.
O marido insistiu que ficas¬se, pois o monarca, ao corrente da colossal fortuna herda¬da do rei dos chapé¬us, o ia fazer conde. E ela seria condes¬sa, com brasão autênti¬co, o que na democrática América não era para desprezar.
A ex-viúva concordou, mas mal viu as cartas de no¬breza autenticadas, disse que não ficava nem mais um minuto. Fi¬casse ele. O conde, homem avisado, preferiu acompanhá-la e ambos desapareceram para todo o sempre, sem que se lhe conhe¬cessem herdei¬ros.
Com mais de trinta anos de abandono os telhados tornaram a desabar. O que restava das paredes foi caindo pouco a pouco. A vinha, as terras de lavoura, a mata de pinhei¬ros, de novo se tornaram um matagal. E como naquele tempo todo não aparecera ninguém a reclamar-se dono da propriedade, ou a pagar as contri¬buições devidas, em 1935 a Justiça pô-la a leilão.
Pouco depois apareceu em Arcos de Valdevez o lorde William Pitt, que viu a ruína, gostou dela e a comprou.
Também o lorde morreu sem herdeiros. A história que, numa tarde do Verão de 1948, ele próprio me contou, e as que depois se seguiram, embora interessantes, são longas e complicadas em demasia para tratar aqui.
Ass: Jomapa (Um abraço)
Tristemente abandonada! ... ficando apenas recordações de dois ou três ferreiros, que num autêntico baile à volta da bigorna, malhavam o ferro até o caldear!
! Dará uma bela peça de museu, se alguém não souber para que serve!
Cps
MD
Será que o Municipio da Cantanhede não ceda uns trocos, para recuperar estas coisitas?
http://transparencia-pt.org/?search_str=cantanhede
Ai Ui, onde os meus ricos euritos em impostos são esturrados...
Pena não ter nada para vender à camara... Bem, podia vender o buraco para o campo de golf... mas não quero ir por aí... Podia era ir alargar buracos para o campo de golf - isso é que era!!!
É verdade amigos.
Certa vez, vai para dez anos, contei a um novo rico para os lados de Mangualde, que na minha terra ainda se faziem carros de bois à moda antiga, com utililização da forja, puas, trados, plainas, etc. Ele de imediato se mostrou interessado na aquisição de um para colorir o terraço da casa. E o artesão fazia-o de certeza, esse e outros.
Mas tudo vai acabar. Ninguém do Pelouro da Cultura de uma Camara se interessa por coisas histórico-culturais que não dão lucro, ou não são acolitadas por Bruxelas.
Já agora, viram na TV a reportagem de um Ferreiro Alemão, sitiado numa aldeia do Alentejo...Aqui o tabernáculo até já faz parte do roteiro turistico.
Afinal os alentejanos são mais cultos e lestos a pensar e decidir...
Terá isto a ver com a sustentabilidade de toda uma região?...
Ass:Jomapa
É verdade amigo Manel
Em forjas como esta, conheci o fascínio de algumas, o ferroa era caldeado e temperado pela acção do fogo, da água, do ar e da terra. Mas também pela força e mãos calejadas do "ferreiro", também as gente que por lá passavam saíam retemperadas, "gente de ferro", cheias de ânimo com as suas ferramentas, (machados, enxadas, picaretas, podôas, foices, arados, charruas, engaços, ponteiros, picões para picar as mós do moinhos, etc.)novas ou reparadas, que garantiam a paga da renda em maquias.
Este património deveria ser preservado para memória futura.
Um abraço
Quem for o proprietário do espólio da forja, que o conserve no melhor estado possível, pois existe uma possibilidade futura de este vir a ter uma "casa adequada" para ser exposto!
Centro Museológico da Gândara ( Clique para ler notícia no "Independente de Cantanhede" )!
Disse possibilidade, pois tal consubstancia a probabilidade das ideias existentes se transformarem em realidade, num horizonte temporal futuro com prazo de concretização imprevisível!
(Ps! Ena Pá, que giro! Eu gosto mesmo de escrever textos com palavras caras e de 7$50, para parecer culto! Uauh!)
Amigo Manel
Porque na tua "tasca" não há restrições à liberdade de expressão, onde se conversa de cara destapada, achei um tanto ou quanto caricato e ofensivo, o segundo comentário dum anónimo em 30 de Setembro, há anónimos que por algum motivo particular, respeitável, fazem os seus comentários valiosos e elucidativos sem darem a cara, como existem muitos neste espaço, mas parece-me que usar o anonimato para "ofender" sem concretizar, parece-me impróprio.
Penso que o segundo comentário ofende quem por necessidade ou prazer, baixa as calças ou sobe as saias para olhar com o "olho do cú" a GANDARA e sentir-se aliviado(a) com tal acto, simples e natural, parece-me uma ofensa aos gândarezes, suponho que poucos o não tenham feito.
Admito que este comentário, com alguma linguagem Vernácula possa ser considerado, irreverente, no entanto coloquei-o (de postar), porque sei que o administrador desta "tasca" onde penso que todos se sentem bem, continua a ser o amigo Manel, sempre a servir boas "rodadas" de cara destapada.
Um abraço
Carlos Rebola
Sobre cmtr. ant.
Má interpretação.
O problema foi que entrou um virus em todos os posts, a alertar para consultar o olho do cu.
Para quem frequenta esta prestigiada tasca parece mau. Acho que queremos critica construtiva, ideias, e muitos ensinamentos/ aprendizagem. Intoxicar o blog com mensagens repetidas penso que é péssimo. Mas é uma opinião válida.
Será igual a escrever ou comentar sobre um local, por ex. P. Tocha, e pouca afinidade existir...
Sobre ser ou não anónimo também não vejo problema, mas se o meu amigo Vê tudo bem...
Caro anónimo
Após a leitura do seu comentário, o anterior a este que é meu, humildemente reconheço que errei na interpretação que fiz do seu primeiro comentário, suponho que é o mesmo anónimo do segundo comentário. Reafirmo que respeito a condição de anónimo, desde que tal facto não seja uma capa ou capuz para atacar sob pretensa coragem.
Quanto ao "olho do cu" vejo agora que se refere a um "comentador" que publicitava o seu próprio "olho do cu". Se fui ofensivo injustamente só me resta um sincero pedido de desculpas.
"Palavra dita e pedra jogada não voltam atrás" que se minimizem ou atenuem os estragos se os houver.
Quanto ao referido "olho do cu" (anónimo) ainda não o visitei, também tenho um e é complicado vê-lo, nem sempre se tem um espelho à mão.
Mais uma vez as minhas desculpas pelo que não compreendi na altura, mesmo e apesar de não saber concretamente a quem estou a pedir desculpas.
O que é importante é o caracter e a verticalidade demonstrada sr. C. Rebola. As desculpas nunca serão necessárias em prol da elevação dos frequentadores desta tasca. E foi isso que deliberadamente foi feito no tal 1º comentário, afastar a junça e outras ervas daninhas dum terreno que tem demonstrado excelente "criação".
Sobre anónimo permita-me mais uma vez discordar. Até porque virou-se contra um, quando afinal o outro também o era.
Mas se olhar à sua volta está constantemente rodeado de anónimos, muitos prontos a serem amigos e a ajudar,o importante será sempre a atitude e o contributo que se dá a uma causa.
Eu percebo-o em querer fulanizar as coisas. Mas repare nisto; Quantas vezes já agradeceu ou desculpou um anónimo?
Já agora sempre digo que o mundo é essencialmente feito por anónimos e em democracia vota-se anónima e secretamente por algum motivo. Porque só assim as pessoas são livres de dizer,escolher, expor as suas ideias sem medo da censura, represálias...o que nada tem a ver com "cobardia".
Enviar um comentário