O concelho de Cantanhede não pode ser visto pensado ou gerido como uma aldeia, nem a sua Câmara pode ser um centro de influências para empregos, tachos e favores para alguns, muito menos a sua gestão focada no perpetuar e mantimento de clientelas.
Tem, ultimamente, faltado a Cantanhede autarcas de dimensão universalista e de ambição, que não seja só a sua própria e enorme ambição particular, pois esta apesar de chegar e sobrar bastante para alguns dos famosos protagonistas, não chega para o que se espera de um concelho bem servido de vias de comunicação, cujo enfoque deveria ser o munícipe, onde os autarcas se dizem apostar no lançamento do concelho para o exterior com festas e encontros desportivos e muito marketing promocional pago em troca de favores de ordem vária e particular dos envolvidos.
Por aquilo a que tenho assistido, a continuidade é o rumo afirmado e notado. Ora assim pouco irá mudar, dada a falta da capacidade de ir mais além, ou então a estratégia de uma visão de gestão de aldeia em tempos de festas estivais a servir os objectivos.
Será assim tão importante andar de bicicleta, plantar umas árvores aqui ou acolá, distribuir subsídios para às associações recreativas e desportivas, ter um sistema de gestão ambiental e não só que se auto avalia e se apresenta sempre no auge, ter parques desportivos até com golfe, e ao mesmo tempo transformar os presidentes de junta de freguesia em presidente de comissão de festas, com se esse fosse o seu papel, e como se as festas sejam só por si a cultura, gerir as obras no espaço (visibilidade do lado do automobilistas passante) e no tempo (calendário eleitoral), com o esperado aumento dos custos e da não qualidade, e isto tudo em nome de uma continuidade, como se a reeleição fosse efectivamente o que se espera dos presidentes das juntas de freguesia?
De um presidente da autarquia exigem-se ideias, projectos, capacidade de decisão para transformar o falso desenvolvimento sem suporte e sem sustentabilidade económica, social e cultural, em projectos de futuro. Cantanhede tem que ser mais competitiva, tem que proporcionar aos seus munícipes para que possam trabalhar no concelho, e não por aí a esmo do que as vias de comunicação proporcionam, no estrangeiro, ou dos subsídios e empregos sem qualificação ou em obsolescência.
Para que nos servem todas estas vias de comunicação se elas só nos atravessam os nossos pinhais, terras de cultivo e aldeias, ao mesmo tempo que não nos proporcionam oportunidades de procura de novas janelas económicas e de negócios? É que estamos a perder qualidade de vida ao mesmo tempo que se não tem competitividade quando se envelhece ao mesmo ritmo que se empobrece.
Mas será este tipo de propostas alternativas que iremos encontrar nos outdoors daqui a um ano? Daqui a um ano, a foto do outdoor apresentará o candidato ainda mais jovem, ainda mais cheio de energia, isto tudo graças aos computadores, a afirmar que ainda quer fazer mais, porque o munícipe merece mais.
Virá aí mais do mesmo?
6 comentários:
de repente caí na realidade e analisei os últimos 3 anos de mandato desta câmara. O que foi feito (inaugurado) e o que foi prometido...
Empréstimos em cima de empréstimos.. já ultrapassam os 3 milhões de contos... mas para fazer o quÊ???? nada se vê. A estrada Cantanhede-Tocha está parada. Os parques desportivos vão avançando graças aos leasings imobiliários (que alguém daqui a 15 anos terá de pagar)... A zona industrial está parada, não se consegue captar investimento gerador de emprego...enfim, Continua este concelho a despediçar oportunidades de se afirmar pela competitividade empresarial ,capaz de gerar riqueza e bem estar para os munícipes.
Fazem festas e mais festas, aparecem nos jornais notícias até de "não-festas" (festa da batata assada na areia - tocha)...
concordo com o comentário anterior, mas pior cego é aquele que não quer ver!
"Tudo isto é triste... tudo isto é o fado de cantanhede "
Amigo Manel
Segundo dados publicados pela ANMP, os munícipes do Concelho de Cantanhede, incluindo idosos e crianças, em 2001 deixaram em média 57 euros no município do IRS, IMI, IA em 2006 dos mesmos impostos deixaram no município 420 euros por habitante (basta fazer as contas). Será que os munícipes merecem, mais e muito mais do mesmo? Ou convenceram-se que estão muito satisfeitos?
"Em geral, festas e entretenimentos brilhantes e ruidosos trazem sempre no seu interior um vazio ou, melhor dizendo, uma dissonância falsa, mesmo porque contradizem de modo flagrante a miséria e a pobreza da nossa existência, e o contraste realça a verdade"
(Schopenhauer)
Abraço
Carlos Rebola
Eu tenho é que garantir o meu futuro...entendeu?????????????????????????????
Outros assuntos (creio) ainda falta informação.... Como está o PDM??? Aprovado ...Legal??? Serviu as pessoas? Mas isso não se vê.... serve só alguns... Os oportunistas do costume.
Caro Comissão de Festas (??), antes de mais um reparo: porque usar a mascara do anonimato? Tem vergonha das suas opiniões?
Óbvio que nem todas as promessas podem ser cumpridas, ou não entrámos nos (e mais de metade do mundo desenvolvido) numa crise económico-financeira grave?
Qualidade de vida?
Na minha opinião, e na de muita gente, qualidade de vida inclui sim Festas, logo inclui Expofacic..inclui desporto, logo os novos complexos..inclui educação (e os centros educativos que estão já projectados) e inclui saúde.
Cores partidárias à parte, porque não tentam os users deste blog obter opiniões de pessoas de fora do concelho? De Vagos ou mesmo de Mira. Esses, fanatismos de lado, reconhecem e invejam o desenvolvimento registado pelo nosso concelho.
Abraço
P.S. para quando um elogio ao Executivo camarário neste blog? Não foi feito nada que mereça um aplauso?
Provavelmente o endereço do blog deveria mudar, para algo mais cor-de-rosa..
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