quarta-feira, fevereiro 13, 2008

O problema está na solução

Lá se anda a tapar o sol com a peneira, a usada e abusada técnica que vai dando resultados em não olhar os problemas de um outro lado, isto é, do lado deles e não falar sobre eles ou até negar a sua existência. Se estes teimosamente derem sinais de si, é só os aceitar como vontade da providência divina ou resultado directo da falta do palmilhar caminhos que alguém diz serem os dela. Assim, ainda melhor peneira se tem. Se abordar os problemas só traz chatice, para quê falar deles? Em vez de saúde é falar de DOENÇA. Em vez de desenvolvimento social é falar de ACÇÃO SOCIAL como prioridade. Claro que falar de cultura fica sempre bem. É como o arroz doce numa sobremesa. O rio tem duas margens. Já experimentaram olhar de cima da ponte?

7 comentários:

Anónimo disse...

Um Engenheiro, com a sua formação científica, sabe bem que a solução de um problema nunca ou quase nunca é completa. Resolve uma parte, talvez importante, do problema, mas abre espaço para outros problemas novos. Se não fosse assim, este mundo torto seria uma beleza! Para cúmulo, temos os fulaninhos que andam a tapar o sol com peneiras e, coitados, já nem arranjam peneiras que lhes bastem! Ah, amigo Manel, desate todos esses desabafos porque são os desabafos de nós todos!
Aquele abraço. -- Ars

Manel disse...

Caro Arsénio,
As sociedades navegam num rio em que a água representa os gastos ao seu funcionamento com os custos e muitos desperdícios (navegabilidade).
Os problemas encontram-se nas margens e especialmente no fundo do rio.
A solução adoptada à medida que o barco se torna de maior, tem sido aumentar o nível das águas, isto é, o desperdício.
Só que tem chovido pouco, ultimamente.
Abraço
Manel

Cristina disse...

tempos existem. uns de enfrentar, outros de recuar. :)

Manel disse...

Cristina,
Há um tempo para tudo debaixo deste céu. Concordo!
Mas panis et circus a funcionar no séc XXI, custa a aceitar, mas que funciona, funciona!
Acção social (falta sócio-caritativa no título), cultura de grandes paneladas , febras assadas, festas com ranchos folclóricos que recebem o subsídio de 500 a 700 euros, presidentes de junta que são autênticos presidentes de comissões de festas, um concelho que está a 70% do rendimento médio do Distrito, .... apostar na esmola é ganhar o céu.

AC disse...

Infelizmente, Meu Caro, Estarreja e Cantanhede poderiam formar um só Concelho. Evitar-se-iam duas desgraças. A conversa é a mesma, os projectos e prioridades, igualmente, e mesmo as perguntas da entrevista, são de formulário; iguais às postas ao presidente de Estarreja.
Vivemos de pão e circo, cada vez mais o primeiro. O regime propícia e acarinha toda a espécie de madraços que se encostam na sombra da árvore das patacas do nosso tempo, e vão ganhando para o pão que falta aos dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da dignidade, acrescentando-llhe a manteiga, quando não, uma colher de caviar.
Fica-nos a esperança de que este sítio se torne um país de atletas, premiados e medalhados. Não será à falta de equipamentos desportivos.
Abraço

Manel disse...

Meu caro Abel do Notícias,

Concordo em pleno com o meu amigo quando afirma que Estarreja e Cantanhede bem poderiam ser o mesmo concelho, isto porque têm situações de prioridades idênticas, com políticos idênticos de políticas idênticas, e depois eu conheço parte de Estarreja, terra de gente boa que tão bem me recebeu e recebe. Gente tão boa como a de Cantanhede, terras com enormes potencialidades adormecidas pela falta de ambição de alguns, pois o fazer fazer levará à mudança, e essa é de evitar a todo o custo.

ANTONIO LOPES disse...

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