Moleiro anda p’ró Céu
Senhor não tenho vagar
Tenho o fole na moenga
Que está por maquiar
O Criador: Então como fazes a maquia?
Vem a mulher, tira o que quer
Vem a Maria, tira a maquia,
Vem o patrão, tira o maquião,
Vem o criado, tira mais um bocado,
E ainda há-de dar p’ro vinho e p’ró tabaco
E p’ra ração do burro qu’anda fraco
Este fole (saco) deita-se p’ra’quele canto
E se o dono demorar,
Tira-se outro tanto,
E não fora contas a Deus ter que dar,
Nem o fole vazio ao freguês ia parar.
Defunto o moleiro, bate às portas do Céu:
Abre a porta ó S. Pedro
Abre a porta, deixa-me entrar
Diz-lhe o Santo, tu não entras
Sem o padre te confessar
Por isso aqui fica à espera
Enquanto um vou procurar
Volta o Santo afogueado
Dizendo preocupado,
Procurei bem procurado,
Em todo o céu e mais algum
Moleiros, ‘inda vi um,
Padres..., é que não vi nenhum
4 comentários:
Tem graça e moralidade, sim senhor! Felicitemos quem escreveu o texto, notando apenas que hoje já pouca gente lide com moleiros. Mas é verdade, as maquias transformaram-se nos impostos & contribuições & taxas & e IVAs das nossas ralações, portanto que os padres todos se elevem ao Céu onde estão a fazer tanta falta! - Arsénio
Amigo manel, isto é plágio ou copianço. Esta lenga-lenga recolhi-a a um velho moleiro aqui de Fermelã.
http://noticiasdaaldeia.blogspot.com/2007/01/confisso-do-moleiro.html
Abraço
Claro que é copianço, amigo Abel!
Eu nunca poderia fazer tal coisa, apesar de conhecer moleiros, mas que não são tão poetas.
Já agora, quem é o autor de tal peça, cujo o nome eu desconheço?
Carao Abel, mais eu disse...
Uma maravilha rever esta sabedoria popular.
É interessante que nos contos tradicionais e populares os padres são de um modo geral castigados, sendo sempre os herois os trabalhadores, os jovens e as mulheres.
1/Fev/2007 11:43:00
AGLOCO disse...
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