«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
quarta-feira, agosto 29, 2007
Correio da Galiza
terça-feira, agosto 28, 2007
segunda-feira, agosto 27, 2007
E a Galiza aqui tão perto
Um espectáculo de férias
quinta-feira, agosto 23, 2007
Scoria
segunda-feira, agosto 20, 2007
Perdi um amigo
domingo, agosto 19, 2007
Vai tudo a banhos prá Praia da Tocha (3)
É que é mesmo uma questão cultural a razão para o resultado do turismo na Praia da Tocha, em que temos muitos automobilistas e poucos turistas. O modelo em que assenta o projecto de desenvolvimento turístico da Praia da Tocha está a mostrar os seus resultados e a indicar que é urgente arrepiar caminho, porque a banalização com a degradação associada e respectiva decadência estão aí, conforme notícia de primeira página do Independente de Cantanhede. Num concelho como o nosso, o de Cantanhede, quanto pesará o turismo? Temos o exemplo da Praia da Tocha, que de local inóspito denominado por Palheiros da Tocha, é transformada em Praia da Tocha, com o surgir do fenómeno da venda de lotes e a construção a tornar-se importante na região só suplantada pela agricultura. A sazonalidade nota-se um pouco na economia. O arrendar de casa no verão tornou-se visível e tem sido solução habitacional temporária, quer para jovens casais, quer com residência temporária. Entretanto a região sofreu importantes obras em estradas, e o aparecimento dos automobilistas domingueiros. Serão turistas? Com a autarquia a tentar equilibrar os orçamentos municipais com o Impostos Municipal de Imóveis, tem sido ao longos destes tempos responsável pelo mau ordenamento do território, com aberrações construídas e em construção, e continuando a esbanjar recursos em prol de um inexistente modelo de desenvolvimento, colocando em causa o futuro das próximas gerações. Se o sol, só por si, não vende, que produtos vende a Gândara? Que produtos se podem oferecer além de bacalhau com batatas? É que se nada for feito para contrariar este caminho, continuaremos a alegremente a empobrecer. É que olhando um mapa fotografado a partir do céu um técnico da Câmara Municipal, só vê lotes para construção numa parcela de terreno que em tempos produziu feijões. A razão do erro em que muitos caem ao pensarem o turismo tal qual este se apresenta actualmente, é que o turismo deve funcionar paralelamente com outras actividades, reduzindo assim a precariedade de trabalho. Apostar no turismo tal qual o temos é um logro, isto é, mais automobilistas. É também claro que os negócios entre amigos correm o risco de serem muito gananciosos. E não se trata de uma qualquer descoberta. As coisas sucedem tal qual se esperam que aconteçam, num modelo turístico assente em empreendimentos rodeados de relva e campos de golfe. Felizmente coisas que não precisam de água. Sabe-se que o Turismo representa 10% do PIB. Isto indica a sua importância e também é aí que estão novas oportunidades de negócio, onde se englobam também as mais tradicionais e ancestrais actividades económicas e produtivas. Mas que turismo? A pergunta que se coloca é sobre o que se quer como turismo para a Praia da Tocha, isto é, se mais turistas ou mais receitas, sabendo nós que mais turistas dão mais receitas no imediato, mas a questão coloca-se se mais do mesmo é caminho a seguir, trazendo a banalização com a degradação associada e respectiva decadência, ou se quer um turismo mais abrangente de cadeia de valor mais longa, isto é, alargando-o às actividades locais quer comerciais quer produtivas, apostando num segmento de mercado turístico de maior capacidade de compra e de padrões de qualidade mais altos. A oferta de sol e praia, só por si, traz consigo mais automobilistas e a banalização que se já nota de ano para ano na Praia da Tocha. O negócio paralelo do arrendar casa nos meses de Verão está a definhar dadas as melhorias das acessibilidades e da mobilidade. Então o que fazer, se esgotado está o produto sol e praia, e se os produtos estratégicos que podemos ofertar para aumentar as receitas e qualidade terão que ter como componentes a gastronomia, saúde e bem-estar? O que deveria ser prioridade da autarquia que infelizmente, continua sem rumo, pois a autarquia não tem qualquer plano de desenvolvimento sustentado? O que neste momento se entende como projecto de desenvolvimento turístico centrado na Praia da Tocha deverá ter integrado as actividades económicas da Gândara, assim como novas oportunidade de actividade e negócio. Mas se só pensar a Gândara cansa, então fazer…
Post-scriptum: Sejamos realistas. Não podemos falar da Praia da Tocha e da Gândara, só sobre turismo. Tal qual citado no colega à beiramar.blogspot.com/, teremos que dizer a realidade: Mais que a Figueira da Foz, a Praia da Tocha, não passa de uma praia de proximidade. As pessoas vêm nas suas viaturas de manhã e retornam ao fim da tarde. É a pura constatação que as pessoas nem para passar um fim-de-semana vêm à praia da Tocha, muito menos uma noite se não for para assistir à barulheira. As tradições da Praia da Tocha já não existem e a qualidade da oferta gastronómica na Gândara, apesar da quantidade é muito pouca e em alguns casos nem existe. Falta formação a todos os níveis, em especial dos empresários de restauração. Relativamente aos funcionários de restauração ocasionais que há uma década se dedicavam à agricultura e pecuária, muito ainda fazem eles. O modelo está esgotado, apesar dos especialistas de fazer chover no molhado que por aí andam, continuarem dizer que isto é deitar abaixo. Por aí abaixo já estão as coisas a ir.