Apetecia-me escrever um texto demagógico que fosse uma ferramenta de trabalho salvadora e messiânica.
Com tantos salvadores e sebastiões a quererem regressar em manhãs de nevoeiro, nem valeria a pena realizar eleições para isto e para aquilo, dado que estas são uma perda de tempo e só dão chatices e zangas ente vizinhos e amigos.
Como ainda não consegui escrever tal texto carregado de demagogia, a mente voa para a frase que li algures:
“A ignorância, quando corresponde àquilo em que as pessoas querem acreditar, não é passível de ser combatida.”
A ignorância é o pasto que alimenta a vaca da demagogia e o demagogo protege em todas as frente quem pisa tal erva.
«Sabes o que me lembra este céu? Mais ou menos: a guerra dos astros. Tal e qual. A guerra dos mundos. Um sol maléfico, que tenta destruir a maquete, e sete planetas menores que tentam defendê-la.» [Finisterra, Carlos de Oliveira]
quinta-feira, junho 28, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
A colecção de arte de Joe Berardo
“A divulgação nacional da colecção de arte de Berardo, é uma nova ordem de ver a arte neste país, tal qual é referência o Siza para a arquitectura. Esta colecção irá ditar uma nova maneira de ver a arte em Portugal e de a fazer. Irá transformar a maioria das mostras até aqui apresentadas por todo o país como desactualizadas e obsoletas, que têm sido promovidas por pessoas que de arte pouco percebem.”
Estas palavras foram proferidas por Alves André, ontem ao fim do dia, na Pedreira de Portunhos. Mais afirmou Alves André que “através desta mostra, espera-se que Portugal adquira alguma universalidade artística”.
Escrevo isto porque é importante o que Alves André afirmou, e não tanto o eu que posso aqui escrever. Picasso, Dali, Andy Warhol, Francis Bacon, Duchamp, Max Ernst e Paula Rego, é o que antes estava em caixotes.
domingo, junho 24, 2007
Correio dos leitores
O senhor com certeza quer o resto do concelho à imagem da Tocha, mas não conhece a Tocha e o seu largo...tem uma espécie de rotunda de M... que é única no país, para controlar a confusão. Um largo onde se arrancaram muitas árvores e algumas seculares, destruiram o único espaço ajardinado para à sua volta fazer estacionamento para carros de mão... sim porque os outros ficam com o trazeiro na rua, encheram o largo de cascalho e já lutam para não serem obrigados a removê-lo (o responsável da câmara viu?). Já passou na rua do largo para o Bracial? Então passe e repare naquelas bermas e valetas...
24 Junho, 2007
quinta-feira, junho 21, 2007
Solstício
O dia mais longo do ano vai ser celebrado com uma cerimónia mística, que evocará sacrifícios e rituais celtas, num momento carregado de significado.
No local onde em tempos ancestrais os homens louvavam o Deus Sol e ofereciam os seus sacrifícios, serão repetidos gestos, cânticos e orações às forças da natureza.
O momento evocativo do solstício do Verão acontecerá pelas 20:40:
Quem dá uma ajuda?
terça-feira, junho 19, 2007
A Ota na Tocha
A Associação Comercial da Tocha vai apresentar o antigo projecto de aeroporto na Mata da Tocha como alternativa à OTA.
Como é do conhecimento de todos os gandareses, não é demais recordar os pontos fortes do antigo projecto do presidente da Junta e agora potencial candidato à Câmara de Mira e Cantanhede:
1 – Não é tanto ao mar nem tanto à terra;
2 – É quase tão longe do Porto como de Lisboa;
3 - Não é necessário fazer nenhuma ponte;
4 – Como é perto do largo da vila da Tocha, é a oportunidade de reactivar o velho santuário Mariano, colocando este em concorrência com o santuário de Fátima, isto é, Turismo de Qualidade.
Nota importante: O santuário da Tocha já tem badalos e sinos da última geração tecnológica, investimento já efectuado com o apoio da junta da Tocha e da Câmara Municipal de Cantanhede, o que não acontece com o santuário de Fátima.
6- Fica perto da unidade hoteleira da Praia da Tocha;
7- Fica perto da A17 e da estação do antigo e famoso caminho-de-ferro de Mira;
8 - É mais barato que qualquer outra alternativa e poderá ser pago com a venda de lotes de terreno na Praia da Tocha;
9- Não serão necessários quaisquer pagamentos por este estudo, pois o existente continua actualizado.
quinta-feira, junho 14, 2007
Nado morto
Sei que tem interesses no concelho de Mira, não sabe gerir um Blog , nem tem dinheiro para comprar jornais onde possa mandar umas bojardas.
Será que este gandarês está a bater-se a candidato à Câmara de Mira?
De: Gandarês dos Covões
Enviada: quinta-feira, 14 de Junho de 2007 11:00
Para: Manel do Blog
Assunto: Nado morto
Olá. Desde o inicio de Maio que visito com regularidade o blog http://www.obloguedosquequeremquejulioavance.blogspot.com/ que prometia a ida do autarca Júlio para as bandas de Mira.
Muita parra pouca uva...
A última actualização do site data de 05 de Maio/2007 e, curiosamente, com a transcrição de comentários do Blog do Manel.
Esta gente tem necessidade de aparecer nos pasquins da terra e, quando não há notícia, inventa-se.
E eu, que casei no concelho de Mira e até gosto da Praia (a nossa praia, como lhe chamamos em Covões) já estava a equacionar o meu apoio incondicional !!!.
Há-de haver mais marés......
Cumprimentos,
Gandarês dos Covões
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terça-feira, junho 12, 2007
Só para fumadores
sábado, junho 09, 2007
sexta-feira, junho 08, 2007
A paragem e os sinais
Resposta:
1- Na rua em causa, apenas se encontram estacionados um veículo contentor e um veículo automóvel;
2- O veículo automóvel atento o seu sentido de marcha, ao encontrar-se estacionado antes do respectivo sinal de proibição paragem à sua frente e o mesmo sinal anterior (junto ao veiculo contentor), porque virado para a via, não se lhe pode aplicar .
3- O veículo contentor, está em transgressão. Primeiro porque, apesar de numa reentrância, encontra-se estacionado na via. Segundo porque o sinal que se lhe encontra junto, atenta a sua direcção e posicionamento, não teria qualquer razão de ser senão proibir tal paragem ou estacionamento. Terceiro porque o sinal é claramente visível ao condutor que o lá colocou ou retira.
quarta-feira, junho 06, 2007
Post dedicado a um amigo
Aí estão as novas contratações do Glorioso!!
Para o ano ninguém nos pára!!!
http://xptogandara.blogspot.com/
Vencidos pela vida
terça-feira, junho 05, 2007
segunda-feira, junho 04, 2007
Desvio
O País Relativo
País por conhecer, por escrever, por ler...
País purista a prosear bonito,
a versajar tão chique e tão púdico,
enquanto a língua portuguesa se vai rindo,
galhofeira, comigo.
País que me pede livros andejantes com o dedo, hirto, a correr as estantes
País engravatado todo o ano
e a assoar-se na gravata por engano
País onde qualquer palerma diz,
a afastar do busílis o nariz:
-Não, não é para mim este país!
Mas quem é que bàsquetica sem lavar
o sovaco que lhe dá o ar?
Entreicheiram-se, hostis, os mil narizes
que há neste país.
País do cibinho mastigado devagarinho.
País amador do rapapé,
do meter butes e do parlapié,
que se espaneja, cobertas as miúdas,
e as desleixa quando já ventrudas.
O incrível país da minha tia,
trémulo de bondade e de aletria.
Moroso país da surda cólera,
do repente que quer ser feliz.
Já sabemos, país, que és um homenzinho...
País tunante que diz que passa a vida a meter entre parêntesis a cedilha.
A damisela passeiano país da alcateia,
tão exterior a si mesma
que não é senão a fome
com que este país a come.
País do eufemismo, à morte dia a dia
pergunta mesureiro: - Como vai a vida?
País dos gigantones que passeiam
a importância e o papelão,
inaugurando esguichos no engonçodo gesto e do chavão.
E há ainda quem os ouça, quem os leia,
lhes agradeça a fontanária ideia!
Corre, boleada, pelo azul,
a frota de nuvens do país.
País desconfiado a reolhar por cima
dum ombro que, com razão, duvida.
Este país que viaja a meu lado,
vai transido, mas transitorisado.
Nhurro país que nunca se desdiz.
Cedilhado o cê, país, não te revejas
na cedilha, que a palavra urge
Este país, enquanto se alivia,
manda-nos à mãe, à irmã, à tia,
a nós e à tirania,
sem perder tempo nem caligrafia.
Nesta mosquito
maquiaque é a vida,
ó país,
que parede comprida!
A Santa Paciência, país, a tua padroeira,
já perde a paciência à nossa cabeceira.
País pobrete e nada alegrete,
baú fechado com um aloquete,
que entre dois sudários não contém senão
a triste maçã do coração.
Que Santa Sulipanta nos conforte
na má vida, país, na boa morte!
País de troncas e delongas ao telefone
com mil cavilhas para cada nome.
De ramona, país, que de viagens
tens, tão contrafeito...
Embezerra país, que bem mereces,
prepara, no mutismo, teus efes e teus erres.
Desaninhada a perdiz,
não a discutas, país!
Espirra-lhe a morte pra cima
com os dois canos do nariz!
Um país maluco de andorinhas
resourando as nossas cabecinhas
de enfermiços meninos, roda vida
em que entrássemos de corpo e alegria!
Estrela trepa trepa pelo vento fagueiro
e ao país que te espreita, vê lá se o vês inteiro.
Hexágono de papel que o meu pai pôs no ar,
já o passo a meu filho, cansado de o olhar...
No sumapau seboso da terceira,
contigo viajei, ó país por lavar,
aturei-te o arroto, o pivete, a coceira,
a conversa pancrária e o jeito alvar.
Senhor do meu nariz, franzi-te a sobrancelha;
entornado de sono, resvaste pra mim.
Mas também me ofereceste a cordial botelha,
empinada que foi, tal e qual clarim!
(Alexandre O'Neill)
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