Eis os resultados do trabalho promovido pela Associação Portuguesa para o Planeamento da Família (APF), que defende a despenalização da interrupção voluntária de gravidez (IVG). Das duas mil mulheres inquiridas, 14,5 por cento admitiram já ter feito um aborto em algum momento da sua vida. Quando se restringe a pergunta ao universo daquelas que já engravidaram, porém, a percentagem das que afirmam ter interrompido a gravidez sobe para 20 por cento, ou seja, uma em cada cinco mulheres que engravidou em algum momento da sua vida fez um aborto. Mais de metade são mulheres até aos 24 anos, apesar de a percentagem na faixa etária entre os 25 e os 34 anos ter um peso significativo (35,6 por cento).Mas os dados deste inquérito encomendado pela APF a uma empresa de estudos de mercado (a Consulmark) - e que hoje vão ser apresentados na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa - permitem ir bem para além da crueza dos números.A "fotografia" que daqui resulta põe em causa tanto a "perspectiva neo-realista", daqueles que advogam que este fenómeno afecta sobretudo "as pobrezinhas e jovenzinhas..................".
Vamos continuar a tapar o sol com a peneira?
Avestruzes há muitas, tal como chapéus.
2 comentários:
Que inquérito é este?
20% das que engravidaram, já interromperam a gravidez, ou seja 1/5. Não acham essa percentagem muito elevada?
Isso significaria um elevado desconhecimento dos meios contraceptivos, e a necessidade absoluta do sim ao referendo.
Agora, que este fenómeno afecta sobretudo "as pobrezinhas e jovenzinhas", creio que sim, porque são poucas (contam-se nos dedos de uma mão) as grávidas da terceira idade e a pobreza intelectual influenciada pela religião, em relação ao sexo, não seria uma realidade?
Mesmo se alguns fascistas falam de jovens depravados, na realidade os jovens descobrem o sexo, talvez com uma grande facilidade, mas sem mais conhecimento que outrora (ver inquérito).
Por tudo e de qualquer maneira, sim ao referendo.
Só Plínio (escritor grego) descreve em Naturalis Historia, que a avestruz enterra a cabeça na areia para não ver a desgraça... no entanto, este comportamento nunca foi atestado por um ornitólogo (nome?) que as estudou durante 11 anos!
Por isso, talvez sejamos os únicos animais que o fazemos...
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