Os cenários de lojas fechadas, corredores vazios, lojas deprimidas e excluídas, o arrastamento para a eliminação de postos de trabalho associados, assim como aos largos prejuízos dos investidores, é uma realidade bem presente e constatada nas baixas e nos centros de cidades e vilas em que o fenómeno da instalação de grandes superfícies é uma realidade.
Agora, transformar as grandes superfícies como culpadas do que se avizinha para a Cooperativa Agrícola da Tocha e seu supermercado, é não perceber a mudança, ter o receio de ser livre e viver sob o resguardo protector (falso resguardo, pois tal protecção não existe) da gestão da situação, enquanto as barbas dos vizinhos há muito arderam, e se continuou e continua a assobiar para o lado, se continua a prestar vassalagem a quem se tem apresentado como timoneiros de toda e coisa nenhuma, sem estratégia, ao serviço desses senhores que se serviram e se vão servindo no atingir dos fins que para tais meios usam, em que as coisas se encaminham para o desfecho previsto.
Arrepiar caminho, ter uma estratégia adequada, repensar a Cooperativa, mesmo que tarde e a más hora, não chorar sobre leite derramado, isto é olhar o futuro com a realidade actual, colocando para o esquecimento os responsáveis, talvez haja ainda uma saída.
Talvez ainda a Cooperativa se volte para os enfoques de que nunca se deveria ter desviado, enfoques esses que são os associados, os colaboradores, os agricultores e a lavoura, enfim a região.
É de lembrar a todos que alguém se serviu e se foi servindo da actual estratégia (ou falta desta) na Cooperativa da Tocha, e que existem responsáveis que tiveram dividendos políticos de tudo o que se passou.
Neste tempo de mudança rápida, em que o perceber a mudança se torna mais valia, aparecerem aqueles que propõem a protecção deste ou daquele sector condenado pela roda avassaladora, é propor mais do mesmo, isto é fazer chover no molhado. Só com uma estratégia realista e arrojada se pode mudar sentido que aponta para o fim da Cooperativa Agrícola da Tocha.
Os colaboradores e os associados da Cooperativa e a região merecem mais. Mais mas não do mesmo, nem da repetição de filmes já vistos.
22 comentários:
E os consumidores vão ganhar com isso. Porque essa é a lenga lenga habitual da concorrência que faz ganhar o consumidor.
Ouço isso à tanto tempo, que esperava já entrar numa loja onde os produtos seriam gratuitos.
E o cultivador, e o trabalhador que se lixem, porque ganham quando consomem.
E se não consomem porque não têem massa, que vão trabalhar numa grande superfície, no lugar de manejar a charrua.
Numa economia de mercado não deve existir protecionismo. Todos os participantes do jogo sabem as regras e só joga quem quer ou quem pode. Quem se aguentar aguenta quem não se aguenta rebenta. É este a realidade do capitalismo e da globalização. Não podemos querer usufruir(ou não) da globalização e depois pedir para fazer uma "atençãozinha" porque nos convém. Das duas uma ou o estado controla a 100% a economia (não foi esse o caminho escolhido, e bem)ou então é deixar andar e alguma coisa há-de dar. Já dizia Darwin os mais bem adaptados sobrevivem...
Quanto a Economias de mercados... está tudo nos Livros... Mas que trabalho fez ou faz esta direcção da Cooperativa pelos Agricultores seus associados? Que estratégias traçou? e a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia não podem sacudir a água do Capote... Têm muitas responsabilidades
O que fez a Câmara e a Junta pelos Agricultores??? Que promessas fizeram e não cumpriram!!! Deu jeito para angariar uns votos.. agora assobiam para o lado fazendo de conta que não têm responsabilidade nenhuma...
carlos - Tocha
Caro anónimo que até esperava encontrar produtos gratuitos:
Até parece uma história de banda desenhada tipo Obelix e companhia, e faz lembrar a gratuitidade de alguns serviços públicos que muitos por aí gritam e clamam.
Caro h(w)orst de cantanhede,
Aqueles que propõem a protecção deste ou daquele sector condenado pela roda avassaladora, é propor mais do mesmo, isto é fazer chover no molhado.
Um abraço
Anónimo da Economia, e caro Carlos:
Aí está o principal causa da coisa.
O não perceber a mudança, ter o receio de ser livre e viver sob o resguardo protector, associada à inexistencia de uma estratégia focada no que se deveria focar, porque estratégia tiveram e têm quem sempre foi manobrando no arrecadar de votos, influencia e outras coisa de minor valor.
Politiquisse do tipo conde de Abranhos.
Eu acho que seria bem útil, para esclarecer bem este assunto (que tem imenso a ver com a sobrevivência, imprescindível, do ambiente rural nacional), colocá-lo, na nossa ideia e nos debates, na base do PAC. Lembram-se dele? É o Programa Agrícola Comum, da União Europeia à qual aderimos. Recebemos ajudas comunitárias, não é? Pois temos de pagar o preço que então foi negociado e que é este mesmo: Consumimos batatas, vinho, legumes, frutas, água engarrafada e etc. do espaço comunitário -- que chegam até nós, atenção, «baratos» devido a subsídios recebidos na origem -- e a nossa agricultura, na sua maior parte, não tem força para acompanhar esta evolução. Sim, é preciso adaptar-nos. Urgentemente. Mas terá o nosso Governo negociado antes tudo bem? Estará agora a ajudar capazmente os agricultores nacionais a evoluir? A questão, acho eu, deve ser encarada por aqui. Enfim, caro Manel, o assunto é oportuníssimo, gritante! Parabéns!
O que pode uma pequena cooperativa contra o grande capital?
Eu como adepto de uma economia mista defendo e defenderei que a nossa agricultura precisa de protecção, sob pena de vir a sucumbir face aos grandes grupos do capitalismo apátrida.
De qualquer maneira cultivar terras de 500m², em concorrência com propriedades 1000 vezes maiores, é esta a realidade portuguesa.
Seria necessário um Obélix, para manter a igualdade.
Agora, eu nunca vi nada gratuito, por lado nenhum e sugiro que esses grupos do consumo, quando não tiverem clientes vão-se embora deixando atrás de si verdadeiros desertos comerciais.
Mas num capitalismo selvagem, com o consumerismo em poupa, como solução preconizo que haja só um agricultor por aldeia, e os outros que vão pedir esmola.
Lendo os comment anteriores, verifico que há muita gente a mandar bitaites. Na verdade o país precisa de quem trabalhe, de quem tenha uma atitude perante o trabalho, responsável. Sr anonymous o que é isso de um agricultor por aldeia e os outros vão pedir esmola. Bir práki botar faladura, não custa...toda gente tem de trabalhar (ninguém vai pedir esmola). A mulher trabalha em casa e faz tudo o que o homem precisa. O homem vai ganhar o dia para ajudar a sustentar a casa. Ao domingo vai à missinha e de tarde ao futebol. De seguida vamos a mais uma semanada de trabalho. E deixem-se de vir práki kriticar quem nada faz. Agora vou trabalhar porque neste rectangulo à beira mar plantado, olho à minha volta e só vejo malandros e chulos. Excluo-me a mim, o author deste blog, o Dr. Alberto Jão Jardim, O Sócrates e o Cavaco. O resto nada faz...
E viva a concorrência. E vivam os consumidores que serão os principais beneficiados ou então andamos enganados. Num mundo globalizado, que não é de agora, mas que já vem desde os Descobrimwentos portugueses, portanto há cerca de 500 anos, a capacidade de responder às adversidades é um desafio que se coloca a todos e quem for mais astuto sobrevirá. Certamente que a Cooperativa da Tocha encontrará um caminho para responder à concorrencia.
E os Mercedes e os Bm´s que foram comprados com os subsidios???
ALTO LÁ. TODAS AS DESPESAS ESTÃO DOCUMENTADAS E AS CONTAS FORAM AUDITADAS. AÍ CALMA VAMOS LÁ TER UM POUCO DE RESPEITO. TENTOU-SE SEMPRE FAZER O MELHOR PARA NÓS TODOS.
"Acabei de o confirmar: em toda a Europa não há um único Presidente da República nem Rei que receba, enquanto no activo, qualquer pensão ou reforma vitalícia. Em Portugal, as 3 principais figuras de Estado já as recebem, para além do ordenado." - Pensem...
É isto que temos... é isto que merecemos... mude-se a mentalidade deste povinho...
Querem mais??? Vão dar uma olhadinha:
http://joaotilly.weblog.com.pt/arquivo/cat_actualidades.html
Há coisas que revoltam... mas todos nós temos culpa no cartório...
Defender a globalização só serve para apoiar a expansão do grande capital.
Numa primeira fase os consumidores até lucram, mas quando as grandes empresas dominam o mercado começamos a pagar aquilo que eles bem entendem.
"Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.
Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.
Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas." ora aqui está um comentário que já há alguns anos eu subscrevo...
Só não apareceu mais cedo um novo supermercado porque as negociações imobiliárias eram difíceis, isto é, não havia muitos terrenos disponíveis e com a localização adequada.
Claro que já se sabia que os "choramingas" do costume iam aparecer, a Associação Empresarial de Cantanhede ia fazer o seu "papel" de votar contra e por aí adiante...
Ainda falta Ançã (com poucas potencialidades comerciais pela sua proximidade a Coimbra), Febres e na zona de Covões.
Daqui se conclui que as "grandes superfícies" hão-de comer-se umas às outras e que o domínio do Intermarché de Cantanhede acabou, mesmo com esta fantochada de atrasar a abertura do "Modelo" e com a "dificuldade" na instalação de outras superfícies em Cantanhede.
Só não apareceu mais cedo um novo supermercado porque as negociações imobiliárias eram difíceis, isto é, não havia muitos terrenos disponíveis e com a localização adequada.
Claro que já se sabia que os "choramingas" do costume iam aparecer, a Associação Empresarial de Cantanhede ia fazer o seu "papel" de votar contra e por aí adiante...
Ainda falta Ançã (com poucas potencialidades comerciais pela sua proximidade a Coimbra), Febres e na zona de Covões.
Daqui se conclui que as "grandes superfícies" hão-de comer-se umas às outras e que o domínio do Intermarché de Cantanhede acabou, mesmo com esta fantochada de atrasar a abertura do "Modelo" e com a "dificuldade" na instalação de outras superfícies em Cantanhede.
Agradeço a visita ao words:)
Vi algumas coisas deste blog e gostei:)
Boa semana
Parabens pelo blog,
e o Finisterra é um grande livro :)
abraço
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